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Cinco mortos nas praias

Rotertinho

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Mar: Casos sucedem-se fora da época balnear
Cinco mortos nas praias

Foi um fim-de-semana fatal nas praias portuguesas. Cinco pessoas morreram, duas ficaram em estado grave – uma delas depois de quase se afogar e outra por ter, em vão, tentado resgatar o amigo com vida. Uma continuava ontem desaparecida no mar.

Emiliano Lopes, de 21 anos, perdeu ontem a vida na praia da Lagoa, Póvoa de Varzim, devido a um choque térmico. O jovem entrou na água cerca das 17h00, enquanto os três amigos que o acompanhavam jogavam futebol na areia. Emiliano mergulhou e quando regressou à superfície começou a acenar com as mãos. 'Era muito brincalhão e pensámos que estava a dizer adeus', disse Joaquim Costa, de 15 anos, que ajudou a retirar o amigo do mar, já sem vida.

Um dos colegas, Vicente Campos, de 15 anos, foi em auxílio de Emiliano, que já estava no fundo do mar, e com Joaquim trouxe Emiliano para o areal. Mas era demasiado tarde. Quando o INEM chegou e declarou o óbito, Vicente entrou em choque e começou a sentir-se mal. Foi levado para o Hospital da Póvoa de Varzim e internado nos cuidados intensivos em estado grave. 'O Emiliano nada muito bem, mas a água estava gelada', explicou Joaquim.

Uma hora antes, uma rapariga de 15 anos, que também estava com um grupo de amigos, foi resgatada do mar na praia do Castelo do Queijo, Matosinhos, por elementos da Estação Salva-Vidas de Leixões. 'A rapariga saltou à água para salvar uma amiga e acabou por quase se afogar', contou o chefe da Estação. A adolescente, de Gondomar, esteve vários minutos debaixo de água e foi internada em estado crítico no Hospital de Pedro Hispano, Matosinhos. Durante a tarde cinco pessoas foram salvas de se afogarem quando estavam na praia fluvial de Adaúfe, em Braga, na praia da Apúlia, em Esposende, e na praia da Vagueira, em Aveiro.

PORMENORES

SEM VIGILÂNCIA

Das 56 concessões de praia existentes na Costa de Caparica, já há dez com vigilância no areal e águas feita por nadadores salvadores.

SALVAMENTOS

O Instituto de Socorros a Náufragos contabilizou 637 salvamentos de banhistas durante os três meses que durou a época balnear de 2009.

BUSCAS

A Marinha deve hoje começar a aumentar a distância da costa durante as buscas por André Gonçalves, na Costa de Caparica.

ASSOCIAÇÃO

A associação de nadadores salvadores Costa-Salvamar assegura a vigilância de algumas praias da Caparica fora do período da época balnear.

MAIS VIGILÂNCIA NA CAPARICA

Nas praias da Costa de Caparica, onde anteontem duas pessoas morreram afogadas e outro banhista se encontra ainda desaparecido, há já quem defenda o alargamento do período de vigência da época balnear. José Ricardo Martins é membro da assembleia de freguesia da Costa de Caparica e foi o autor de uma proposta, aprovada pela Junta de Freguesia e enviada à Câmara de Almada, na qual se pede que o período de veraneio comece em Abril e se estenda até final de Outubro. 'Será uma maneira de aumentar a vigilância', explicou José Ricardo Martins ao Correi da Manhã.

BUSCAS POR ANDRÉ CONTINUAM

O corpo André Gonçalves, um jovem estudante de 17 anos que anteontem desapareceu quando tomava banho na praia do Tarquínio, na Costa de Caparica, não foi ainda encontrado. As buscas começaram pelas 08h00 de ontem e só terminaram ao pôr-do-sol, após as 21h00. 'Mobilizámos um salva-vidas, a lancha ‘Adragão’ da Marinha, motos de água e motos-4 da Polícia Marítima e a Marinha cedeu ainda meios de socorro aos bombeiros. Houve ainda um helicóptero da Força Aérea', disse o comandante Nuno Leitão, do Instituto de Socorros a Náufragos. As buscas vão prosseguir pelas 08h00 de hoje.

PRAIAS SEM SINALIZAÇÃO DE PERIGO

Quase um ano depois de cinco pessoas terem morrido soterradas na praia Maria Luísa, em Albufeira, na sequência da queda de uma arriba, ainda há praias algarvias sem sinalização de perigo nas zonas vulneráveis.

A ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, admitiu, na semana passada, que pondera avançar com multas para quem não cumprir a sinalização, só que, sem placas de perigo, será difícil aplicar coimas.

Fonte da Administração Regional Hidrográfica do Algarve, que gere a zona costeira, garante ao CM que 'até ao início da época balnear, dia 1, será colocada sinalização em todas as zonas balneares'. O problema é que Albufeira abriu a época balnear a 15 de Maio, por antecipação, e muitas das praias já estão cheias de turistas.

Um dos casos é o Forte de São João, onde o Correio da Manhã não encontrou placas adequadas mas muitos banhistas junto às arribas. Já nos Careanos, em Portimão, a sinalização de perigo foi retirada recentemente.

NOTAS

CAPARICA: LANCHA 'ADRAGÃO'

A lancha de fiscalização ‘Adragão’, da Marinha portuguesa, foi um dos meios envolvidos ontem na operação de busca a André Gonçalves, desaparecido anteontem na Caparica

BOMBEIROS: CULTURA DE RISCO

Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, considera que 'Portugal continua a padecer, em relação aos cidadãos, de uma cultura de risco'

DERROCADA: ALPORCHINHOS

A praia dos Beijinhos, em Alporchinhos, Lagoa, vai ser o palco, quarta-feira, da última derrocada controlada, antes do Verão, por parte da Administração Regional Hidrográfica do Algarve

DISCURSO DIRECTO

"SISTEMA DE VIGILÂNCIA É ADEQUADO À REALIDADE": Nuno Leitão Porta-voz do Instituto de Socorros a Náufragos sobre as mortes por afogamento no fim-de-semana

Correio da Manhã – A época balnear devia ser alargada para prevenir tantos afogamentos como os verificados este fim--de-semana?

Comandante Nuno Leitão – Os períodos das épocas balneares são definidos pelos presidentes das Câmaras, de acordo com o Decreto-Lei n.º 135/2009. Por exemplo, em Cascais, a época teve início a 15 de Maio e, na Caparica, começa a 1 de Junho, como ficou este ano estipulado na Portaria 267 de 15 de Março.

– Quais os meios de vigilância que estarão disponíveis este ano na época balnear?

– Para guarnecer 1100 unidades balneares haverá cerca de 3100 nadadores-salvadores. Teremos ainda 21 moto quatro, sete delas cabinadas, e as 20 carrinhas amarelas das Marés Vivas, bem como as embarcações das 27 estações salva-vidas.

– Parecem ser poucos veículos...

– São os meios possíveis. Mas não existe nenhum dispositivo eficaz se não houver uma atitude cívica e de respeito pelas regras de segurança por parte das pessoas.

– Com a crise económica, os concessionários das praias não tenderão a contratar menos nadadores-salvadores, pondo em causa a segurança dos banhistas?

– A crise não afectará. Estes custos são avaliados nos negócios. Nos contratos assinados entre os concessionários e as administrações hidrográficas, uma das obrigações dos concessionários é garantir a vigilância do domínio público marítimo da sua exploração comercial. Por cada cem metros de frente ao mar são necessários dois nadadores-salvadores e por cada mais 50 metros é preciso um.

– O ideal seria caminhar para a profissionalização dos nadadores-salvadores?

– O sistema actual é adequado à nossa realidade. A moldura jurídica (lei 44/2004) é ajustada e já permite que a vigilância seja feita por associações de nadadores-salvadores.


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