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Revolta juvenil espalha violência

Rotertinho

GF Ouro
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Crime nas cidades: Loures e Vila Franca de Xira
Revolta juvenil espalha violência

São jovens e estão a dar os primeiros passos no crime através da violência em Loures. Para já, começaram com caixotes do lixo incendiados e barulho durante a noite. "Putos de Guerreiros está na zona", assumem-se na internet. Por onde passam deixam assinatura em muros e fachadas de prédios. Têm hino na internet, onde mostram armas e desafiam a polícia. A delinquência juvenil ao extremo começa a preocupar – e, ao CM, o comandante da PSP de Loures, comissário Resende da Silva, admite saber quem eles são. "Há uma atenção especial sobre o caso", diz.

Rivalidades étnicas, exclusão social e delinquência juvenil são os fenómenos que mais preocupam nas divisões da PSP de Loures e Vila Franca de Xira, segundo confirmaram ao CM fontes policiais. Tudo conta para travar o flagelo, mote para a expansão de fenómenos criminais: mais polícias na rua e intervenção directa das autarquias em bairros problemáticos são algumas das estratégias para travar e prevenir a transformação de crianças e jovens em amantes do crime, de resto, como os ‘Putos de Guerreiros’."Foge antes que a bófia te apanhe, porque a vida é madrasta e não há ninguém para te ajudar", cantam os jovens no vídeo publicado na internet, ao mesmo tempo que empunham pistolas. Falam mal de Portugal e dizem-se fartos da injustiça.

Os bombeiros não têm tido mãos a medir. "A educação está cada mais frágil e por isso é mais fácil os miúdos deixarem-se influenciar pelos modelos do bairro, que nem sempre são os melhores. A pobreza leva à revolta" social, disse ao CM Angelo Simões, comandante dos Bombeiros Voluntários de Loures.

"Os miúdos aqui embebedam--se, andam nas ruas a partir tudo. À noite, não arrisco sair de casa, senão posso ser roubado ou agredido. O pior é que eles sabem que são detidos mas a Justiça depois não os prende", lamenta Diolindo Moreira, morador em Guerreiros, Loures.

SAIBA MAIS

SEGURANÇA

Para travar os fenómenos criminais foram assinados Contratos Locais de Segurança em Loures e Vila Franca. Incidem sobretudo na delinquência juvenil e pequena criminalidade.

250

casos de violência doméstica, só na Comarca de Loures, no primeiro trimestre de 2010. Segundo a PSP, este crime tem aumentado ano após ano.

128

casos de condução sob efeito de álcool e falta de habilitação legal para conduzir estão a ser investigados na Comarca de Vila Franca de Xira.

ASSALTOS VIOLENTOS

Os assaltos violentos com armas em estabelecimentos estão a diminuir em Loures. O mesmo se passa com os roubos a carrinhas de valores, segundo dados da PSP.

BOMBEIROS PEDEM AJUDA À PSP PARA ENTRAR EM BAIRROS

Desde os tiroteios nos bairros da Quinta da Fonte e da Quinta do Mocho, os Bombeiros de Loures deslocam-se às zonas problemáticas com um aviso prévio à PSP. "Sempre lutei por esta reunião de forças até porque não podemos pôr em risco o socorro às vítimas e garanto que há situações em que os ânimos estão tão exaltados que é complicado", desabafa Angelo Simões, o comandante dos bombeiros. No fundo, a PSP é avisada sempre que os bombeiros saem para ocorrências que envolvem violência e avaliam o risco. O comandante Resende da Silva diz que "as vidas humanas têm de ser salvaguardadas".

DISCURSO DIRECTO

"POLÍCIAS AGREDIDOS", Resende da Silva, Comandante da PSP de Loures

Correio da Manhã – A delinquência juvenil é preocupante na sua área de actuação?

Resende da Silva – Somos uma das divisões da PSP com mais zonas sensíveis e, portanto, com problemas a elas associados. No entanto, não acredito numa relação directa. Os jovens preocupam-nos e tentamos chegar a eles sem que vejam a nossa presença de uma forma hostil.

– Tem conhecimento do grupo ‘Putos de Guerreiros’ e do vandalismo por eles gerado?

– Sim, e há uma atenção especial sobre esse caso mas por enquanto dentro da devida dimensão. São jovens e estamos a analisar as repercussões dos seus actos. No entanto, sem alarmismos.

– Como é vista a Polícia em Loures?

– Os meus elementos continuam a ser agredidos quando vão às ocorrências. Por exemplo, é normal levarem dentadas...

"ISTO À NOITE É PIOR QUE NAS FAVELAS DO BRASIL"

O ambiente de falsa tranquilidade reina todas as manhãs na Quinta da Fonte, na freguesia da Apelação, Loures. O bairro onde as marcas de balas dos tiroteios dos dois últimos anos ainda se notam nas paredes e onde os ressentimentos entre etnias diferentes ainda se fazem sentir. Onde apenas uma rua separa duas comunidades: uma cigana e outra africana. Um rastilho que a Polícia e a Câmara tentam evitar que se volte a incendiar, através de um sem número de programas de reinserção social.

"Isto à noite é pior que nas favelas do Brasil. Não há quem pare com este inferno. Quando morrer um, vão todos", avisa José Rui Freire. "Não tenho medo de ninguém. Estou farto", reclama com exaustão o homem de 60 anos. Num e noutro grupo atribuem-se culpas e a degradação das ruas denota noites agitadas de vandalismo e destruição. Paredes pintadas e garrafas partidas. Os jovens espalhados pelos corredores escuros dos prédios recusam-se a falar e fogem de tudo o que os possa identificar.

"Isto já esteve bem pior. Os jovens é que não têm ocupações e juntam-se na rua. Toda a gente tem medo que se tornem criminosos", diz João Fonseca Junior. O homem, de 47 anos, sempre viveu no bairro e lamenta ter-se transformado num "mundo de problemas".

ZONAS SENSÍVEIS

QUINTA DA FONTE

A Quinta da Fonte é considerada a zona mais problemática do concelho de Loures, pelo excesso de habitantes, diferenças étnicas e proliferação de armas de fogo.

BAIRRO DAS SAPATEIRAS

O bairro das Sapateiras é normalmente conotado com tráfico de droga e problemas sociais, nomeadamente violência sobre agentes de autoridade.


Correio da Manha
 
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