• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Morgado cria sala para vítimas

Rotertinho

GF Ouro
Entrou
Abr 6, 2010
Mensagens
7,883
Gostos Recebidos
8
Lisboa: Em média, uma criança abusada repete oito vezes os factos
Morgado cria sala para vítimas

A sala tem brinquedos, jogos, computadores e está decorada com muita cor. ‘DIAP Júnior’ é o novo espaço onde crianças vítimas de abusos sexuais vão falar com os procuradores sobre os crimes de que foram alvo. O projecto, levado a cabo pela direcção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, pretende atenuar a dor e os traumas provocados pela recordação de uma violação.

"Hoje [ontem] é um dia muito feliz para a Justiça e, acima de tudo, isto significa muito para a prevenção e combate à criminalidade sobre as crianças", disse Maria José Morgado, directora do DIAP, que presidiu à apresentação da nova sala no Campus de Justiça, em Lisboa, acompanhada de Pinto Monteiro, procurador-geral da República.

Segundo um estudo da psicóloga forense Catarina Ribeiro, durante um processo judicial uma criança abusada sexualmente repete os factos, em média, oito vezes. Para Armando Leandro, presidente da Comissão Nacional das Crianças e Jovens em Risco, a nova sala do DIAP transmite "um maior respeito pelas vítimas, conhecidos os efeitos terríveis de abusos sexuais no seu desenvolvimento". "Notámos um aumento da detecção de casos, e esta pode ser uma solução para dar uma maior fidelidade das declarações e evitar repetições", finalizou.

DISCURSO DIRECTO

"É SÍMBOLO DE UMA JUSTIÇA MAIS HUMANA", Maria José Morgado, Directora do DIAP de Lisboa

Correio da Manhã – Como surgiu a ideia de criar uma sala específica para as crianças vítimas de abusos sexuais?

Maria José Morgado – Este novo espaço é a reafirmação de uma aspiração que já tem cerca de dois anos e, portanto, já pensada, que tem como principal objectivo a prevenção e o combate da criminalidade sobre as crianças. Por ser para os mais novos ficou com o nome de ‘DIAP Júnior’.

– E o que significa para a Justiça este espaço dedicado aos interrogatórios para estas vítimas?

– A sala e as próprias condições da mesma foram criadas com o intuito de que a conversa entre as crianças que foram abusadas com os procuradores sejam mais humanas e sendo assim isto torna-se o símbolo de uma Justiça mais humana. Queremos atenuar a dor das crianças que foram sujeitas a um crime que deixa marcas físicas e psicológicas muito fortes.

– Há apoios de outras entidades da Sociedade Civil na concretização destes objectivos?

– Sim e não podem ser esquecidos. A nível de materiais foram-nos concedidos por várias entidades e associações da Sociedade Civil. Hoje [ontem] é um dia muito feliz porque se nota uma partilha nos objectivos da Justiça. Tivemos o interesse de dotar a sala com muitos brinquedos e cores de forma a criar um ambiente mais tranquilo. Há televisões e computadores que podem ser um bom aliado na resposta de questões mais delicadas.

– A sala só recebe uma criança de cada vez e é ouvida apenas por um procurador?

– A quantidade de crianças dentro da sala vai depender das situações que estaremos a tratar. Não há casos iguais. A sala está construída de forma a que a vítima, com as suas declarações, está a dar pormenores muito importantes para a investigação. Nesta fase de recolha de prova, se necessário, poderá também ser ouvida por psicólogos ou outros especialistas.


Correio da Manha
 
Topo