• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Novo Executivo só depois das presidenciais

Rotertinho

GF Ouro
Entrou
Abr 6, 2010
Mensagens
7,884
Gostos Recebidos
8
Novo Executivo só depois das presidenciais
Fazer cair Governo é uma “tontice”

O comentador Marcelo Rebelo de Sousa considera que "não é razoável tocar no Governo" de José Sócrates antes das presidenciais de 2011 e durante o actual cenário de crise "financeira e psicológica".

O professor universitário falou no sábado à noite perante uma plateia de estudantes portugueses na Casa de Portugal/Residência André de Gouveia, na Cidade Universitária Internacional, onde foi convidado a proferir uma conferência sobre "Portugal em 2010". Rebelo de Sousa considerou que seria uma "tontice" fazer cair o Governo e que a crise dá "ironicamente" tempo ao novo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, para preparar um programa e uma equipa para tentar chegar ao poder "dentro de ano, ano e meio", evitando a ascensão prematura à governação que vitimou, em seu entender, Durão Barroso.

"Admito que, por exemplo, o PSD e o CDS-PP, que não mostraram vontade de viabilizar uma moção de censura, estivessem virados para a viabilizar e, em conjunto com o BE e o PCP, embora por razões opostas, fizessem cair o Governo", explicou Marcelo Rebelo de Sousa à agência Lusa. "Com a crise, isso não faz sentido", considerou.

"Neste momento, haver uma crise política seria a chamada cereja no bolo, porque era os credores dizerem 'eles estão mesmo completamente loucos’. Vão passar três ou quatro meses à procura de um novo Governo, não é líquido que esse novo Governo tenha maioria mas é nesse período pior em que se encontram que eles decidem mesmo reduzir a credibilidade financeira do estado português”, explicou.

"Por muito que isso apeteça a muito boa gente, nomeadamente no partido a que eu pertenço, acho uma tontice", concluiu.

"A seguir às presidenciais, supondo que a crise financeira foi ultrapassada e que a crise psicológica está a ser superada, põe-se um problema, que é se a situação do Governo é para durar mais algum tempo ou não. 'O Governo foi viabilizado por causa da crise, ele deve cessar funções. Que solução virá a seguir' é um tema em aberto mas a bola está do lado do líder do PSD", frisou Marcelo Rebelo de Sousa.

Entretanto, "não parece crível que de repente o novo Governo socialista encontre um novo fôlego, com o actual primeiro ministro", comentou. "O desgaste do Governo socialista é um desgaste anterior à crise, que é o desgaste do próprio primeiro ministro, por mérito das oposições que o desgastaram e [também] o auto-desgaste", considerou.

"José Sócrates auto-desgastou-se com intervenções excessivas, com verdades contraditórias permanentes, com uma dificuldade enorme de explicar às vezes as coisas mais banais. Nada é simples de explicar com aquele homem", acrescentou.

O professor repetiu diante dos estudantes da Casa de Portugal a mesma diferença "entre o desejável e o razoável" que ensina aos seus alunos de Ciência Política.

"O que era desejável, na minha modesta opinião, era que as eleições [legislativas de 2009] tivessem dado um resultado diferente, que esse resultado já tivesse permitido uma alternativa ao poder e que essa alternativa tivesse maioria", explicou o professor universitário.

"Há em Portugal, por razões opostas, um somatório enorme de pessoas que só desejam uma coisa, que é a queda do primeiro ministro, com o BE e PCP de um lado, e o PSD e o CDS-PP do outro", frisou. "Mas formam uma maioria negativa e uma maioria negativa não serve para governar o país", concluiu.


Correio da Manha
 
Topo