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António Cunha confessa em tribunal o crime de Ermelo

Rotertinho

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Vila Real
António Cunha confessa em tribunal o crime de Ermelo

O arguido António Cunha admitiu esta terça-feira no Tribunal de Vila Real que disparou contra Maximino Clemente no dia das eleições autárquicas em Ermelo, justificando que há meses que "era ameaçado" e andava com "medo" e "atormentado".

Cunha começou hoje a ser julgado pelo crime de homicídio qualificado, detenção de arma proibida e detenção de arma em local proibido, nomeadamente na assembleia de voto de Fervença, freguesia de Ermelo, Mondim de Basto.

Cerca das 07h30 do dia 11 de Outubro de 2009, o arguido disparou um tiro de caçadeira de canos serrados atingindo mortalmente Maximino Clemente na cabeça. O arguido confessou ao colectivo de juízes ter disparado mas, ao contrário do que diz a acusação, fora do edifício da antiga escola primária, onde estava instalada a assembleia de voto.

Disse que chegou ao local com a arma a "descoberto" e que disparou contra as pernas. "Vi o Maximino em frente a mexer nuns papéis. Ele viu-me e baixou-se e eu tive medo e disparei o tiro para as pernas. Não o queria matar", referiu. António Cunha repetiu por várias vezes que andava "com medo" e "atormentado" porque estava a ser ameaçado pela vítima e, inclusive, contou que nessa mesma manhã, quando a madrugada estava a romper, encontrou Maximino Clemente num cruzamento e que este disparou contra o vidro do seu carro.

Nessa altura, Cunha conduzia um automóvel que pediu emprestado a um vizinho porque, conforme justificou, o seu carro estava avariado no motor de arranque. Foi depois disso que foi a casa buscar a arma e diz que foi à assembleia de Fervença avisar um colega para "aguentar" porque, como estava a ser ameaçado, ia sair de Ermelo. "Eu não sabia que ele (Maximino Clemente) estava lá", salientou. O arguido referiu que comprou a arma dois meses antes, em Chaves, e que os problemas com a família da vítima já se arrastavam há mais de 30 anos. "Foram 20 e tal processos de perseguição política. Fiquei financeira e psicologicamente esgotado", sublinhou.

Acrescentou que, depois de ter saído da junta, há 17 anos, só foi três vezes a Ermelo e "de fugida". Cunha, reformado depois da guerra do Ultramar onde ficou ferido, foi presidente da junta de Ermelo e divorciou-se quando já estava em prisão preventiva. Depois do disparo, o arguido diz que ficou completamente "desorientado" e por isso fugiu, entregando-se à Polícia Judiciária dois dias mais tarde, quando já estava "mais calmo". António Cunha era o candidato pelo PS à junta de Ermelo e concorria contra a mulher de Maximino, Gloria Nunes, que acabou por ganhar as eleições pelo PSD.

A família da vítima, a viúva Glória Nunes e os seis filhos, constituíram-se como assistentes no processo e reivindicam uma indemnização civil. De Mondim de Basto vieram muitos populares para assistirem ao início do julgamento em Vila Real, local escolhido por oferecer melhores condições de segurança. " porta do Tribunal de Vila Real era visível um forte aparato policial, com duas dezenas de agentes, alguns dos quais da força de intervenção rápida.


Correio da Manha
 
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