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Cheiro denuncia mortes solitárias

Rotertinho

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Abandono: Registaram-se dez casos no último mês em todo o país
Cheiro denuncia mortes solitárias

Manuel Jorge, de 68 anos, não era visto no Café Lopes – onde ia todos os dias tomar o pequeno-almoço –, há cerca de dois meses. Mas só o cheiro nauseabundo e as baratas que saíam da casa onde vivia, na Ribeira do Porto, alertaram a vizinhança, anteontem. Quando os Sapadores abriram a porta do 2º andar da Viela do Buraco, o cadáver em decomposição de Manuel, mais conhecido por ‘Caldo Verde’, estava estendido na cama. Manuel foi uma das dez pessoas que morreram em casa, sem que ninguém se apercebesse, no último mês, em Portugal. Só o cheiro a putrefacção levou as autoridades a encontrá-los. No Porto, a PSP registou seis casos nas últimas duas semanas.

'Temos uma rede solidária e com mecanismos de apoio disponíveis aos cidadãos, em todo o País. Os vizinhos e a comunidade local têm um papel preponderante para sinalizar os casos de quem precisa', disse ao CM fonte da Segurança Social, confrontada com as dez mortes registadas em 30 dias.

A mesma opinião é partilhada pela associação Movimento Comunidades de Vizinhança (MCV), que pretende acabar com a solidão no País. 'Estes casos são muito preocupantes. É preciso que os vizinhos informem as instituições. Depois, nós reportamos para a Segurança Social ou para a Procuradoria Geral da República.

O objectivo é acabar com a solidão de todos aqueles que precisam e não podem contar com o apoio de outros', explicou ao CM uma das voluntárias da MCV, criada recentemente.

O caso de Manuel não foi o único registado pela PSP do Porto. Desde quinta-feira houve mais duas situações semelhantes. A primeira foi na rua 31 de Janeiro, onde os agentes encontraram Nuno ‘Bóia’, de 31 anos, já cadáver, depois de quatro dias sem ninguém o ver. 'Ele saiu da cadeia para vir morrer em casa. Chegou na segunda e deve ter morrido logo', disse a vizinha Cristina Rebelo. Valerey Tarasevich, 46 anos, foi encontrado sem vida na rua das Aldas por uma 'companheira'.

REFUGIAM-SE NAS DROGAS, NO ÁLCOOL E NO TABACO

Entregues à própria sorte, sem amigos e sem familiares que se preocupem com eles, muitas das vítimas da solidão refugiam-se no mundo das drogas, tabaco ou álcool. 'É a sua única companhia e todo o dinheiro que têm serve para comprar o que as faz mais feliz e lhes dá prazer', explicou uma voluntária do Movimento Comunidades de Vizinhança. Outro cenário que caracteriza uma pessoa que vive sozinha há muito tempo é a falta de higiene, daí muitos vizinhos só alertarem as autoridades quando o mau cheiro é insuportável.

APONTAMENTOS

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Um protocolo assinado hoje entre o Governo e a União das Misericórdias permite que os 1415 funcionários em situação de mobilidade sejam colocados em Instituições Particulares de Solidariedade Social.

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