Rotertinho
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Eleições: Cerca de dois meses após o acidente que matou Lech Kaczynski
Polacos de luto elegem presidente
Após uma campanha eleitoral marcada pela recordação do fatídico acidente que a 10 de Abril ceifou a vida ao presidente Lech Kaczynski e a dezenas de outras altas instâncias dos poderes civil e militar, os eleitores polacos vão hoje às urnas eleger o novo chefe de Estado.
Jaroslaw Kaczynski, gémeo do falecido presidente e líder da oposição conservadora, ganhou popularidade após a trágica perda do irmão e explorou a situação o melhor que pôde. O facto de o dia de fecho da campanha, sexta-feira, ter sido também o do seu 61º aniversário deu-lhe a possibilidade de lembrar, de novo, o desaparecimento de Lech, visitando a sua sepultura na Catedral de Wawel, em Cracóvia.
Mas o acidente beneficiou igualmente o rival Bronislaw Komorowski, que enquanto presidente interino deixou boa imagem junto do eleitorado. Candidato da Plataforma Cívica, partido no poder, é ele quem surge à frente nas sondagens, embora com uma vantagem que não deverá permitir uma vitória na primeira volta. Os estudos de opinião, no entanto, dão-lhe igualmente o favoritismo na votação decisiva, que acontece a 4 de Julho.
Recorde-se que Bronislaw Komorowski, presidente do Parlamento, assumiu a chefia do Estado após a queda do avião presidencial, com 95 pessoas a bordo, na localidade russa de Smolensk.
Os analistas reconhecem o impacto da tragédia na votação, sobretudo no crescimento de popularidade do gémeo de Lech Kaczynski, mas sublinham que nem mesmo esse facto poderá apagar a memória dos vinte anos de carreira política de Jaroslaw, afastado da chefia do governo em 2007 pela vontade soberana dos eleitores. Nessa altura era conhecido pela postura inflexível e pouco dada a consensos. Chegou aliás a comparar a Plataforma Cívica, partido de centro-direita, com a polícia de choque dos tempos da ditadura comunista.
PIORES CHEIAS DA DÉCADA AMEAÇAM AFLUÊNCIA ÀS URNAS
As cheias que têm afectado o Centro e o Sul da Polónia desde o início de Maio poderão contribuir para afastar os eleitores da votação de hoje, sobretudo nas zonas rurais do interior do país. As piores cheias das últimas décadas transformaram mesmo a campanha eleitoral numa acesa disputa entre os candidatos, que não se cansaram de demonstrar nas regiões atingidas pelas inundações solidariedade para com as vítimas. Recorde-se que a catástrofe já matou duas dezenas de pessoas e causou elevadíssimos danos materiais.
PERFIS
Jaroslaw Kaczynski, 61 anos, antigo primeiro-ministro e irmão gémeo do malogrado presidente. Líder da oposição conservadora Lei e Justiça.
Bronislaw Komorowski, 58 anos, presidente do Parlamento e chefe interino do governo após a tragédia de 10 de Abril. Lidera a Plataforma Cívica.
Correio da Manha
Polacos de luto elegem presidente
Após uma campanha eleitoral marcada pela recordação do fatídico acidente que a 10 de Abril ceifou a vida ao presidente Lech Kaczynski e a dezenas de outras altas instâncias dos poderes civil e militar, os eleitores polacos vão hoje às urnas eleger o novo chefe de Estado.
Jaroslaw Kaczynski, gémeo do falecido presidente e líder da oposição conservadora, ganhou popularidade após a trágica perda do irmão e explorou a situação o melhor que pôde. O facto de o dia de fecho da campanha, sexta-feira, ter sido também o do seu 61º aniversário deu-lhe a possibilidade de lembrar, de novo, o desaparecimento de Lech, visitando a sua sepultura na Catedral de Wawel, em Cracóvia.
Mas o acidente beneficiou igualmente o rival Bronislaw Komorowski, que enquanto presidente interino deixou boa imagem junto do eleitorado. Candidato da Plataforma Cívica, partido no poder, é ele quem surge à frente nas sondagens, embora com uma vantagem que não deverá permitir uma vitória na primeira volta. Os estudos de opinião, no entanto, dão-lhe igualmente o favoritismo na votação decisiva, que acontece a 4 de Julho.
Recorde-se que Bronislaw Komorowski, presidente do Parlamento, assumiu a chefia do Estado após a queda do avião presidencial, com 95 pessoas a bordo, na localidade russa de Smolensk.
Os analistas reconhecem o impacto da tragédia na votação, sobretudo no crescimento de popularidade do gémeo de Lech Kaczynski, mas sublinham que nem mesmo esse facto poderá apagar a memória dos vinte anos de carreira política de Jaroslaw, afastado da chefia do governo em 2007 pela vontade soberana dos eleitores. Nessa altura era conhecido pela postura inflexível e pouco dada a consensos. Chegou aliás a comparar a Plataforma Cívica, partido de centro-direita, com a polícia de choque dos tempos da ditadura comunista.
PIORES CHEIAS DA DÉCADA AMEAÇAM AFLUÊNCIA ÀS URNAS
As cheias que têm afectado o Centro e o Sul da Polónia desde o início de Maio poderão contribuir para afastar os eleitores da votação de hoje, sobretudo nas zonas rurais do interior do país. As piores cheias das últimas décadas transformaram mesmo a campanha eleitoral numa acesa disputa entre os candidatos, que não se cansaram de demonstrar nas regiões atingidas pelas inundações solidariedade para com as vítimas. Recorde-se que a catástrofe já matou duas dezenas de pessoas e causou elevadíssimos danos materiais.
PERFIS
Jaroslaw Kaczynski, 61 anos, antigo primeiro-ministro e irmão gémeo do malogrado presidente. Líder da oposição conservadora Lei e Justiça.
Bronislaw Komorowski, 58 anos, presidente do Parlamento e chefe interino do governo após a tragédia de 10 de Abril. Lidera a Plataforma Cívica.
Correio da Manha