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Primeiro-ministro elogia o papel do Governo

Rotertinho

GF Ouro
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Primeiro-ministro elogia o papel do Governo
O estado da nação de Sócrates

O primeiro-ministro não foi comparado ontem com o seleccionador nacional, Carlos Queiroz. Mas, durante o debate do Estado da Nação, José Sócrates parecia estar a jogar para o empate, pedindo "sentido de responsabilidade" à oposição e apelando à estabilidade política em nome do interesse de Portugal e dos portugueses.

As alusões ao Mundial de Futebol e à medíocre prestação portuguesa apareceram por três vezes pelas vozes de Paulo Portas, Francisco Louçã e, já no final do encontro, nas palavras do ministro da Economia, Vieira da Silva. Tal como aconteceu a Carlos Queiroz no Campeonato do Mundo, o jogo parlamentar de ontem terminou com algumas vozes críticas a pedirem a cabeça de Sócrates.

Ao contrário do debate do ano passado, a 2 de Julho de 2009, quando José Sócrates foi obrigado a aceitar o pedido de demissão do ministro da Economia, depois da célebre cena dos chifres de Manuel Pinho, desta vez não houve momentos de especial embaraço para o primeiro-ministro. O discurso inicial de Sócrates dividiu-se entre o elogio da governação do PS e as mensagens à oposição, sobretudo ao PSD. A crise não é nacional, mas europeia e internacional, repetiu. Mais: Portugal está "a percorrer o caminho da consolidação das contas públicas". Tudo isto sustentado em números depois muito contestados pelas bancadas da oposição.

O combate à pobreza e a controvérsia sobre os números ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística dominaram grande parte do debate que se seguiu com as bancadas parlamentares. Sócrates falava também para fora do Parlamento, em direcção ao líder do PSD, Pedro Passos Coelho, criticando as mensagens políticas das recentes jornadas parlamentares.

A referência a "uma crise política artificial" criada por "calculismo" da oposição foi outro dos pontos fortes de um discurso de combate eleitoral. Já a pensar em 2011.

AS PALAVRAS MAIS REPETIDAS NO DISCURSO DE ONTEM

A palavra "reforma" foi a mais repetida por José Sócrates no discurso inicial, tanto em relação ao passado como no que diz respeito ao futuro próximo. Foi proferida 16 vezes pelo primeiro-ministro, logo seguida de "investimento", que aparece 12 vezes nas palavras de Sócrates ao Parlamento. "Estado", acompanhado ou não por "social", também dominou.

PRIMEIRO-MINISTRO CONTRA-ATACA COM EXEMPLO DE BELEZA

José Sócrates respondeu com o exemplo da ex-ministra da Saúde Leonor Beleza às acusações do PSD de que o primeiro-ministro ficará para a história como o "despovoador" dos serviços de saúde no Interior. "Sou do tempo em que uma ministra do PSD teve a coragem de encerrar blocos de partos (150) pela eficiência do sistema de saúde".

FRASES

"Crescimento da economia, diminuição do desemprego registado: estes são sinais sem dúvida animadores. São factos reais "

"Desde o primeiro semestre de 2010, multiplicam-se os sinais de recuperação económica. É ainda uma recuperação frágil "

"O Estado social não é uma realidade adquirida para todo o sempre, é um avanço civilizacional precioso queé preciso defender "

"Quer isto dizer que não temos dificuldades? Claro que não."

"Temos dificuldades, muitas e sérias dificuldades"

"O crescimento económico ainda é tímido e a taxa de desemprego é alta. As incertezas da conjuntura mundial são ainda muitas "

"O valor que guia o Governo é o valor da responsabilidade: pôr o interesse geral acima de quaisquer interesses particulares"

"A agenda do Governo é equilibrar as finanças públicas, recuperar a economia, modernizar a competitividade"

José Sócrates

TRÊS DESAFIOS

"Este tempo é dominado por três desafios fundamentais. O desafio da consolidação orçamental. O desafio da recuperação económica e do emprego. O desafio da modernização e da coesão social"

6 MESES

O CDS-PP salientou o facto de o Governo se preparar para fazer um segundo aumento de impostos em seis meses.

PAÍS DA FANTASIA E DAS DIFICULDADES

A oposição considera que Sócrates descreveu um país da fantasia, deixando de fora do seu discurso um Portugal onde os cidadãos enfrentam todos os dias dificuldades.

20 MIL ESTUDANTES

O BE acusou o Governo de tirar bolsas de estudo a vinte mil pessoas que dela dependem para estudar.

DIREITA CONTRA ESTADO SOCIAL

Sócrates defende que agora as diferentes escolhas políticas entre o Governo e a direita nunca foram tão claras, acusando o PSD de querer enfraquecer o Estado social.

SEM ORÇAMENTO NEM ELEIÇÕES

Paulo Portas garante que se o Governo insistir em aumentar impostos arrisca--se a que o País entre numa situação em que nem tem orçamento nem pode ter eleições.

RECUPERAÇÃO

O primeiro-ministro sustentou que os sinais de recuperação económica estão a multiplicar-se.

ESTADO SOCIAL

José Sócrates afirmou que para manter o Estado social é preciso corrigir os seus erros.

REFORMAS

Para o crescimento ser sustentável é preciso prosseguir com as reformas, afirmou Sócrates.

OPTIMISMO

Sócrates garantiu que não é um optimista mas uma pessoa determinada.

HOSPITAIS

O PSD considerou que os hospitais EPE "estão numa espiral crescente de dívida".

DIVERGÊNCIA

A oposição recordou que Portugal tem perdido riqueza e divergido da União Europeia.

DIVIDENDOS

Para o BE, se o Estado vender tudo, os contribuintes pagarão mais impostos para cobrir os dividendos

44 MILHÕES

Poupança com cortes em saúde propostos pelo Governo

10 MILHÕES

Poupança com a redução de gestores públicos pelo CDS

PORTUGUESES NAS PRAIAS DO ALGARVE

"A POLÍTICA SUSCITA CADA VEZ MAIS DESINTERESSE", Luísa Rosado, Assistente clínica

"Não sabia do debate. Estou de férias, não tenho visto televisão nem lido jornais. A política suscita cada vez mais desinteresse. Quando eles decidem é facto consumado. O que é que nós podemos fazer? "

"O ESTADO DA NAÇÃO É CAÓTICO, ESSA É A VERDADE", Maria Teresa Barata, Padeira

"O estado da Nação é caótico, essa é a verdade. Desconhecia o debate. Vim de férias para o Algarve, para descansar de um trabalho intenso. Às vezes assisto aos debates na AR, mas ali não se chega a nada."

"SOUBE DO DEBATE MAS CLARO QUE VIM À PRAIA", Fátima Fernandes, Prof. seguros

"Soube do debate pela rádio, mas claro que vim à praia. A política interessa-me, mas não o suficiente para deixar de fazer a minha vida. Essas coisas entram-nos pela porta dentro sem que as procuremos."

"NÃO SAIRÃO DALI SOLUÇÕES NEM NADA DE NOVO", Rui Cercas, Resp. de produção

"O rei vai nu na nossa Nação. Não me lembrei do debate, estou de férias. De outra forma, talvez assistisse, embora o resultado deva ser aquele que já se sabe: não sairão dali soluções nem nada de novo."

"AS PESSOAS EM PORTUGAL ESTÃO DESMORALIZADAS", António Pontes, Func. público

"O debate seria importante se desse frutos, mas não é o caso. Os mais velhos diziam que este era um País rico de gente pobre. Agora é um País pobre de gente rica. As pessoas estão desmoralizadas. "

"DEBATE É TENTATIVA DE CHARME DO GOVERNO", Carlos Brito, Reformado

"Conheço o mau estado da Nação, sem perspectivas de futuro para as novas gerações. Não assisti ao debate, uma tentativa de charme do Governo. Há coisas mais interessantes, como ver a maré cheia. "

PSD VAI ESPERAR PELAS ELEIÇÕES

Luís Montenegro, do PSD, disse que o partido só assumirá funções de governo "quando os portugueses nos escolherem", e falou da "emergência" de uma "alternativa política".

GOVERNO É O MAIOR PROBLEMA

O Partido Ecologista os Verdes afirmou que o Governo "é um dos maiores problemas dos portugueses" e alertou que os social-democratas "querem abocanhar" no próximo ano.

1050 MILHÕES DE EUROS

O líder do CDS, Paulo Portas, desafiou José Sócrates a cortar 1050 milhões de euros na despesa pública.

MINISTRO APONTA DEDO À DIREITA

O ministro da Defesa, Santos Silva, apontou ontem o dedo à oposição de direita que "não esconde a forma como olha para as dificuldades, como oportunidade de chegar ao poder".

RENEGAR

Francisco Assis acusou o PSD de estar a renegar as suas origens social-democratas.

INVESTIMENTO

Francisco Louçã considerou que o maior investimento foi no BPN, que não criou emprego.

ABANDONO

Miguel Macedo afirmou que se a situação fosse boa 100 mil portugueses não abandonavam o País.

DESPESA

José Sócrates defendeu que corte de benefícios não aumenta impostos mas reduz despesa

CDS PEDE SAÍDA DE SÓCRATES

Ponha a mão na consciência, perceba o mal que está a fazer a Portugal e tenha um gesto de humildade: saia, primeiro-ministro". Foi nestes termos que o líder do CDS pediu ontem a demissão de José Sócrates, durante o debate sobre o Estado da Nação no Parlamento.

Considerando que os portugueses olham para Sócrates como algo "do passado, que já não recupera, um problema", o líder dos democratas-cristãos apelou à saída de Sócrates, para que o PS "escolha outro primeiro--ministro", alguém "moderado, credível e com os pés assentes na terra". Para Portas, a solução "excepcional" possível com a saída de Sócrates passa por uma coligação PS, PSD e CDS durante três anos, para tirar o País "deste pântano. Uma sugestão que levou Luís Fazenda, do BE, a comentar que, "afinal, são precisos três para dançar o tango".

Na resposta, o ministro da Economia ironizou com o "célebre saco de grandes ideias" de Portas, e recordou um "deputado conhecido pela consistência que tem dado nas alianças onde tem entrado". Depois do debate, Sócrates também se referiu a Portas, afirmando que há políticos "incorrigíveis" que "só pensam em arranjinhos de poder", e defende que a crise política "só agravaria a situação económica". n

PASSOS COELHO REJEITA COLIGAÇÃO

Pedro Passos Coelho rejeitou ontem a proposta de Paulo Portas para a criação de um Governo de coligação entre PS, PSD e CDS. Numa entrevista à SIC, o líder social-democrata recusou também a ideia de que a função do PSD é servir de muleta ao Executivo. E admitiu que o défice possa situar-se entre os 6 e os 7% até ao final do ano.

DEPOIMENTOS

"MUITOS PORTUGUESES ESTÃO HOJE CONNOSCO", Francisco Assis, PS

"Pelo PS passa a defesa ou o assassinato do Estado Social. Há hoje muitos portugueses que no passado não estiveram connosco mas que neste momento estão."

"PAÍS COM IMPOSTOS E DIFICULDADES A MAIS", Miguel Macedo, PSD

"O que temos hoje no País é impostos a mais, endividamento a mais, despesa pública a mais, riqueza a menos e dificuldades a mais para as famílias e para as empresas."

"TAXA DE POBREZA DESCEU 0,1%", Pedro Mota Soares, CDS-PP

"A pobreza em Portugal, em 2008, manteve-se, quando em 2003 era de 20%, em 2004 de 19% e em 2005 de 18%. Ou seja, desde 2005 até agora desceu 0,1 por cento."

"VAI HAVER AUMENTO DO DESEMPREGO", Francisco Louçã, BE

"Uma probabilidade é pôr um polvo em cima de duas caixas, o coitado do bicho não sabe do jogo. Mas se o senhor aumenta impostos, é uma certeza que vai haver aumento do desemprego."

"FAZEM O CONTRÁRIO DO QUE PROMETERAM", Jerónimo de Sousa, PCP

"O actual estado da Nação é o resultado de uma política que se deslegitima, tal como os seus executantes e apoiantes, porque fazem o contrário daquilo a que se comprometeram."

NÚMEROS DA POBREZA DIVIDEM

Os números divulgados pelo INE sobre o risco de pobreza em Portugal dominaram grande parte do debate. Sócrates admitiu "orgulho" nos dados que apontam para a mais baixa taxa de pobreza de sempre, algo contestado pelos partidos. Pedro Silva Pereira explicou que, "no ano passado, o risco de pobreza era de 18,5% e agora é de 17,9%".

PORMENORES

ATAQUES À ESQUERDA...

O primeiro-ministro criticou o "sectarismo infantil de esquerda" do BE, que só tem como objectivo "atacar o Governo".

... E À DIREITA

O PSD foi o alvo predilecto das críticas, com Sócrates a afirmar que "este não é o tempo das pequenas vantagens políticas".

REFORMAS

Para a Oposição, se as reformas do Governo tivessem dado resultado o País não se encontraria nesta situação complicada.

IDEIAS

Vieira da Silva criticou o facto de a Oposição não ter apresentado ideias novas para ajudar o País.


Correio da Manhã
 
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