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“As feridas têm de ser suturadas”

Rotertinho

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Espanha: Baltasar Garzón acredita que a justiça lhe dará razão
“As feridas têm de ser suturadas”

Exilado no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, onde exerce funções desde que foi suspenso da Audiência Nacional espanhola por alegada tentativa de subverter o curso da Justiça, a 14 de Maio, o juiz Baltasar Garzón assegura, em entrevista ao ‘El País’, acreditar que os tribunais lhe darão razão e poderá voltar ao seu país e às suas antigas funções.

Sobre o processo relativo aos crimes do franquismo, o mais mediático dos três que precipitaram a sua suspensão, Baltasar Garzón afirma não se arrepender de nada e frisa que as feridas históricas só podem ser curadas "depois de limpas e suturadas".

"Os esquecimentos oficiais são maus conselheiros", disse ainda sobre a investigação aos crimes de Franco, que lhe valeu um processo por abuso de autoridade. A acusação deveu-se, afirma, a "opiniões divergentes das normas jurídicas".

De passagem por Espanha para dirigir cursos de Verão promovidos pela Universidade de Jaén, o superjuiz espanhol disse ainda ter sido vítima de "uma campanha de determinados meios [de comunicação]", que chegaram a "inventar histórias" para o desacreditar.

Quanto ao seu trabalho provisório em Haia (está autorizado apenas a sete meses de colaboração com o TPI), Garzón afirma que desempenha o cargo como sempre fez: "Como se fosse a única coisa que me falta fazer na vida."

Mas não tem ilusões quanto à Justiça internacional, que considera ameaçada por "retrocessos em muitos países, entre eles Espanha".

Para o superjuiz Garzón, o que o futuro lhe reserva é uma incógnita à qual responde afirmando-se "tranquilo e seguro de que acabará por impor-se aquilo que corresponda à justiça".

GRATIDÃO PELO APOIO DO "AMIGO" JOSÉ SARAMAGO

Desde que há alguns anos começaram as suas complicações judiciais, Baltasar Garzón teve apoios de inúmeros organismos e personalidades. Um dos últimos veio da Fundação Saramago, que avançou o seu nome para o Prémio Nobel da Paz. Mas, questionado sobre o facto, Garzón preferiu lembrar o escritor português: "A mim o que me entristece é a perda de Saramago como amigo e escritor. Nos seus últimos dias teve uma atenção muito especial para comigo e com a minha situação. Isso aproximou-me muito dele e fiquei-lhe grato."


Correio da Manhã
 
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