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Mito dos Ratos Gigantes de Mafra!

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GF Platina
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Fev 10, 2010
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A lenda diz que ratos gigantes habitam nos subterrâneos do Convento de Mafra, e que durante a noite eles saem para comer tudo aquilo que podem apanhar, mesmo cães e gatos, até pessoas. Existe a lenda que túneis ligam o convento de Mafra até à Ericeira, a cerca de 10 km de distância, por onde passou o último rei de Portugal, D. Manuel II, para o exílio em Londres, após a proclamação da República no dia 5 de Outubro de 1910. Túneis esses, que actualmente são infestados por ratazanas cegas e albinas. Corre o boato que os 4 andares subterrâneos do majestoso edifício barroco estão infestados de roedores do tamanho de coelhos que os militares da Escola Prática de Infantaria (EPI) tem de alimentar diariamente para que não venham à superfície em busca de comida. Há mesmo quem fale numa verba destinada a financiar a alimentação das ratazanas vorazes: cadáveres de cães, gatos e vacas, reduzidos a ossos em poucos segundos. De acordo com a lenda, dois militares terão sido devorados enquanto alimentavam os ratos; alguns relatos afirmam que só de lança-chamas em punho se pode descer aos pisos subterrâneos do convento, porque os temíveis roedores devoram tudo o que mexe, até mesmo barras de ferro. Para eliminar a praga e resolver o problema de saúde pública, diz-se que já foram contactados várias empresas nacionais do ramo e até especialistas internacionais. A conclusão terá sido sempre a mesma: para envenenar os milhares de ratos que vivem debaixo do solo do convento seria preciso retirar todos os habitantes de Mafra e das localidades próximas, num raio de 30 km, durante um período pelo menos um mês.

Margarida Montenegro, Directora do Palácio Nacional de Mafra, diz que são histórias falsas. Não nega a existência de ratos, mas estes vivem nos esgotos, o que é perfeitamente normal. Além do edifício ser antigo e de grandes dimensões. Nega tanbém a existência de 4 andares subterrâneos, afirmando existir apenas um piso subterrâneo na zona dos torreões, onde funcionavam os aposentos reais: a norte o rei, a rainha a sul. Além disso, ela afirma que o convento fica próximo da tapada de Mafra, junto ao campo, onde existe habitualmente ratos a circular. Para aumentar a desconfiança popular, o capitão Álvaro Campeão, da Escola Prática de Infantaria, instalada no convento desde 1890, explica que estes ratos tem características próprias: «O pêlo é eriçado, em tons de cinzento com laivos castanhos, e tem dentes terríveis que abrem buracos onde querem». Mas assegura que as pragas de que se fala não existem. Quanto aos dois militares, alegadamente devorados pelos roedores, Álvaro Campeão esclarece que há registo de um acidente com um soldado que caiu e morreu de uma queda, e não por ter sido comido pelos ratos. Conta que o corpo foi encontrado dois dias depois, e que o facto de estar a sangrar foi devido as mordidelas dos ratos. Um soldado da Escola Prática de Infantaria, ao estar no terraço a caçar pombos com um colega, caiu de uma altura de 8 andares, directamente para os esgotos. O colega não comunicou o acidente aos seus superiores para não ser castigado, e semanas mais tarde, o corpo estava roído de ratazanas. Não foi morto pelos ratos, mas pela queda vertiginosa. O capitão assegura que nunca ninguém foi vítima de ratos, nem nunca se chamou um exterminador ao convento. Para o militar, o aparecimento deste tipo de mitos tem como única explicação o facto de a vida no quartel ser muito dura. O sociólogo Moisés Espírito Santo, defende que crenças, mitos e superstições servem para preencher espaços vazios da imaginação. São um jogo importante da comunicação, porque as pessoas precisam de contar histórias. Antigamente, faziam-no à lareira, hoje tem muitos outros recursos.
 
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