Crocodilos Nova-Iorquinos!

Um dos mais antigos mitos urbanos com animais denuncia a existência de uma colónia de crocodilos nos esgotos de Nova Iorque. A explicação para este estranho fenómeno remonta aos anos 30; na época, diz a lenda, as famílias abastadas de Manhattan passavam férias na Flórida e tinham por hábito levar para casa um crocodilo bebé como mascote. As crianças entusiasmavam-se com esta lagartixa de focinho afilado e aspecto inofensivo, mas o processo de crescimento trazia um destino indigno para estes saúrios: uma descarga, sanita abaixo, até aos esgotos nova-iorquinos. A primeira referência aos crocodilos de Manhattan data de fevereiro de 1935 e integra os arquivos do jornal The New York Times. A publicação relatou na altura que, enquanto atirava neve para dentro de uma tampa de esgoto, um grupo de rapazes vira um crocodilo de dois metros a tentar sair da conduta. Os adolescentes conseguiram puxá-lo para a superfície, mas o animal tentou morder-lhes e foi morto com as pás de limpar neve. O The New York Times sugeria que o réptil tinha fugido de um navio originário da Flórida, nadando até à margem e acabando por entrar nas condutas. Nesse mesmo ano, o supervisor de esgotos terá recebido relatórios de vários funcionários dando conta de uma população de crocodilos que se desenvolvia nas condutas subterrâneas da metrópole. Teddy May desvalorizou o caso, convencido de que os empregados em questão consumia álcool no período de trabalho, mas a insistência dos homens tê-lo-á levado a dar seguimento às denúncias e a deparar-se com uma enorme quantidade de répteis de dois metros nas catacumbas da cidade. Terá sido então desencadeada uma operação de extermínio com recursos a espingardas e veneno de ratos, e meses depois não haveria um único crocodilo para contar a história. Existem outra lenda que afirma que os crocodilos eram albinos e cegos. Tendo evitado a luz solar numa idade tão precoce, os crocodilos dos esgotos ficaram cegos e a falta de pigmento da pele tornou-os brancos com olhos vermelhos. Outros sugerem tratar-se de caimões, que são mais pequenos, e mais resistentes às baixas temperaturas, pois, as testemunhas descrevem crocodilos com dois metros. Mas a maior parte dos especialistas discordam deste mito urbano, porque os esgotos não são ambiente ideal para um animal que necessita de temperaturas altas durante todo o ano. Mito ou realidade, o que é certo é que, todos os anos, dezenas de pessoas questionam o departamento de esgotos da "cidade que nunca dorme" sobre a existência dos terríveis monstros das profundezas. Mas o responsável pela manutenção dos esgotos da metrópole responde que nenhum dos funcionários viu um único crocodilo nas condutas de despejos.