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Barricado processa BCP em 1,5 milhões

Rotertinho

GF Ouro
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Vila Viçosa: Ex-empresário acusa banco de lhe ter destruído a empresa
Barricado processa BCP em 1,5 milhões

Depois de seis anos a lutar por justiça e de ter visto 13 advogados rejeitarem o seu processo contra o BCP, o ex-empresário José Ventura – que em 2005 foi notícia no CM por se ter barricado com uma arma numa dependência bancária em Borba – vai finalmente ver o seu caso chegar à barra do tribunal.

O queixoso, que acusa a instituição de lhe ter destruído a empresa com a devolução de cheques quando tinha dinheiro em conta, entregou no dia 21 uma acção cível com um pedido de indemnização de 1,5 milhões de euros. Valor que poderá chegar aos 2,5 milhões por danos morais e patrimoniais. "Fiquei sem nada. A empresa faliu, a minha casa foi penhorada e tive de vender património", refere o queixoso, que agora é camionista.

No final dos anos 90 do século passado o negócio da empresa Sampor, sediada em Vila Viçosa, corria de feição. Com a venda de equipamentos para a indústria da transformação de mármores, lucrava 42 mil euros por ano. Mas a partir de 2000, quando negociava a abertura de uma conta com outro banco, começaram a ser devolvidos os primeiros cheques do então Banco Português do Atlântico, que se destinavam ao pagamento de fornecedores. Sem material para vender, José Ventura não teve outra alternativa senão declarar a falência da empresa devido a um prejuízo superior a 500 mil euros. Em 2004 iniciou uma batalha contra o banco, mas nenhum dos 13 advogados contactados ou atribuídos oficiosamente aceitou o caso. "Todos desistiram da minha defesa".

O CM contactou o BCP, que preferiu não comentar o caso.

ADVOGADO ACEITOU O CASO GRATUITAMENTE

José Ventura ganhou uma nova vida quando, após a ida a um programa da estação da TVI, recebeu a notícia de que havia um advogado que aceitava o caso gratuitamente. "Quando veio à primeira entrevista estava com os dois pés atrás. Afinal, ninguém aceitava o caso e agora sei porquê", referiu o defensor do ex--empresário, Wilson Esteves, que ao CM admitiu a "existência de pressões" aos advogados para não aceitarem o caso. "Sou imune a pressões. Aceitei o processo para o ajudar. É um processo complexo, levou duas semanas a preparar a acção", referiu o advogado de 40 anos com escritório em Castelo Branco. O causídico avançou ainda ao CM que está a ser ponderada uma acção contra o Banco de Portugal por ter sonegado diversos documentos para o processo.

NOVE HORAS FECHADO NO BANCO

Levou uma pistola modificada de calibre 6,35 milímetros, munida com seis balas, mas não tinha intenção de fazer mal aos clientes nem aos funcionários do Millennium BCP, em Borba.

"Só queria falar com os directores do banco. A pistola esteve sempre dentro do bolso e não ameacei ninguém", referiu José Ventura, horas depois de ter saído, algemado, da dependência bancária.

Eram cerca de 14h30 do dia 16 de Maio de 2005 quando o ex-empresário, na altura com 44 anos, entrou nas instalações. Só ao fim de nove horas e depois de se ter reunido com três responsáveis do banco saiu na companhia dos militares da GNR. Foi detido, levado para o posto local e presente na manhã seguinte ao juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Évora, tendo saído em liberdade mediante termo de identidade e residência.

Pelo crime, e após sucessivos recursos, foi condenado a pagar uma multa de 200 euros.


Correio da Manhã
 
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