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In Memoriam
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Terminou o mais longo processo da justiça portuguesa.
O julgamento do processo Casa Pia chegou ao fim esta sexta-feira. Foi uma maratona judicial de quase seis anos, em que foram ouvidas quase mil testemunhas. Terminou com seis dos arguidos condenados a penas de prisão efectiva e uma absolvição . As vítimas disseram que se fez justiça. Os condenados mostraram-se indignados com o resultado do processo.
À chegada a tribunal, alguns arguidos confessaram estar convictos de que iriam ser considerados culpados. (Veja aqui todas as declarações e os vídeos que fazem o filme desta manhã no Campus da Justiça).
A meio do dia, o tribunal dava como provados factos relativamente a todos os sete arguidos, antes da paragem para almoço.
Bernardo Teixeira, a única vítima do processo que aceitou dar a cara até esta sexta-feira (Francisco Guerra só esta sexta-feira decidiu apresentar-se publicamente), prestou declarações durante o intervalo e assumiu: «Estou confiante que vão ser condenados» .
Chegou a pensar-se que a leitura da sentença não chegasse a ser concluída esta sexta-feira. Mas isso acabou por não acontecer. A juíza Ana Peres começou a anunciar por volta das 17:00 e a condenação de Carlos Silvino (18 anos), Carlos Cruz e Ferreira Diniz (7 anos), Jorge Ritto (6 anos e 8 meses) Hugo Marçal (6 anos e 2 meses), Manuel Abrantes (5 anos e 9 meses) e a absolvição de Gertrudes Nunes. Os condenados ficaram ainda obrigados a pagar indemnizações às vítimas. (Veja o resumo das decisões aqui )
As reacções sucederam-se em catadupa. O advogado das vítimas, Miguel Matias, disse estar satisfeito com o veredicto , tal como Adelino Granja , e Francisco Guerra, uma das vítimas que decidiu dar a cara no final da leitura da sentença. «Hoje é um dia histórico» , disse. A antiga provedora da Casa Pia Catalina Pestana sublinhou que esta é uma vitória das vítimas.
Gertrudes Nunes, que durante todo o processo nunca prestou declarações nem mostrou a cara publicamente, preferiu manter-se no anonimato. E não comentou a absolvição. Mas o seu advogado disse que esta foi apenas «uma meia vitória».
Já alguns dos condenados criticaram durante a forma como decorreu o julgamento. Carlos Cruz disse ter assistido a este processo como «vítima a uma monstruosidade jurídica» . Manuel Abrantes foi taxativo em afirmar: «Não aceito o que este tribunal deliberou» . O representante de Carlos Silvino considerou a pena demasiado pesada
e anunciou o recurso. Hugo Marçal indignou-se: «No mínimo estão a gozar comigo» .
O caso Casa Pia começou a ser julgado a 25 de Novembro de 2004. 920 testemunhas, 32 vítimas, 7 arguidos, 6 condenados, uma absolvição. Estes são alguns dos números do mais longo processo judicial da justiça portuguesa, que só terminou esta sexta-feira, como o impacto mediático a ultrapassar fronteiras .
tvi24