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Fiscalização da Entidade Reguladora de Saúde conclui que unidade de saúde do Porto não oferece segurança aos utentes
O Hospital Maria Pia, no Porto, tem de fechar, no máximo, daqui a três anos. A Entidade Reguladora de Saúde (ERS) fiscalizou o espaço e concluiu que as condições existentes põem em risco a qualidade e segurança na prestação dos cuidados de saúde.
Na verdade, a ERS dá duas alternativas: ou o hospital corrige as falhas encontradas em 180 dias ou tem de fechar as portas até 2013.
Acontece que algumas das deficiências detectadas não são passíveis de correcção, uma vez que implicam alterações na estrutura do edifício – uma casa na Rua da Boavista adaptada a hospital em 1882 – que já não tem por onde crescer.
A conclusão, portanto, é só uma. “O Centro Hospitalar do Porto deve proceder à mudança do Hospital Central Especializado de Crianças Maria Pia para outras instalações no prazo máximo de três anos”, diz o documento, que vai ser avalizado pelo Conselho Directivo da ERS depois de amanhã, segunda-feira.
A Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), chamada a rever os aspectos técnicos da avaliação, “vê o relatório com muita apreensão”. “Agiremos em conformidade com as recomendações da ERS”, referiu, ao JN, Fernando Araújo, presidente da ARSN.
No caso, agir em conformidade significa fechar o Maria Pia até Setembro de 2013, o que implica construir rapidamente o Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN). A ARSN não avança com datas para o início da obra junto à Maternidade Júlio Dinis, que tanta polémica tem gerado, mas o JN sabe que acontecerá muito em breve.
A fiscalização da ERS vem, aliás, reforçar essa necessidade. Recorde-se que a construção do CMIN era para ter arrancado no final do ano passado, mas o processo urbanístico teve dois chumbos e um parecer negativo da Câmara do Porto.
A accção de fiscalização da ERS foi realizada no passado dia 17, já depois do Maria Pia ter acolhido o serviço de internamento de Pediatria que funcionava no Hospital de Santo António.
Face às notícias publicadas e às queixas de utentes sobre a falta de condições do hospital, a ERS foi averiguar os níveis de segurança e de qualidade dos cuidados de saúde e a garantia dos direitos dos utentes. E concluiu que faltam cumprir vários requisitos para atingir os mínimos exigíveis na medicina hospitalar.
No âmbito da construção, o relatório conclui que o Maria Pia tem ?áreas desadequadas às finalidades a que se destinam?, ?corredores estreitos que não permitem a circulação de camas e macas?, ?áreas de circulação e evacuação exíguas, labirínticas e insuficientes?. O elevador para as macas ?é obsoleto, lento, não tem climatização ou entradas de ar nos moldes devidos?, diz o documento, a que o JN teve acesso.
No bloco operatório e enfermarias “há cruzamento de doentes que vão ser intervencionados com os operados” e “não existe uma área de transferência que separe o exterior do que se passa no bloco”. Esta última falha, sustenta a ERS, potencia “uma área de risco acentuado que deve ser impedida de continuar a funcionar”.
A sala de recobro é pequena, dificultando a circulação das enfermeiras. Os materiais sujos são levados por um corredor e convivem com os materiais esterilizados: “há uma promiscuidade que não é admissível e não deve existir”, diz o relatório.
As enfermarias, sobretudo a dos lactentes, “não respeitam a privacidade e dignidade dos doentes e dos acompanhantes”, são demasiado pequenas, têm o ar saturado, pouco arejamento e pouca luz natural.
Nos Cuidados Intensivos não existe sala de reanimação, sendo que o procedimento é feito em cada cama. No serviço de Imagiologia há equipamentos obsoletos. Não há detectores de incêndio em todas as áreas do hospital, o que põe em causa a segurança dos doentes.
cumps florindo
O Hospital Maria Pia, no Porto, tem de fechar, no máximo, daqui a três anos. A Entidade Reguladora de Saúde (ERS) fiscalizou o espaço e concluiu que as condições existentes põem em risco a qualidade e segurança na prestação dos cuidados de saúde.
Na verdade, a ERS dá duas alternativas: ou o hospital corrige as falhas encontradas em 180 dias ou tem de fechar as portas até 2013.
Acontece que algumas das deficiências detectadas não são passíveis de correcção, uma vez que implicam alterações na estrutura do edifício – uma casa na Rua da Boavista adaptada a hospital em 1882 – que já não tem por onde crescer.
A conclusão, portanto, é só uma. “O Centro Hospitalar do Porto deve proceder à mudança do Hospital Central Especializado de Crianças Maria Pia para outras instalações no prazo máximo de três anos”, diz o documento, que vai ser avalizado pelo Conselho Directivo da ERS depois de amanhã, segunda-feira.
A Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), chamada a rever os aspectos técnicos da avaliação, “vê o relatório com muita apreensão”. “Agiremos em conformidade com as recomendações da ERS”, referiu, ao JN, Fernando Araújo, presidente da ARSN.
No caso, agir em conformidade significa fechar o Maria Pia até Setembro de 2013, o que implica construir rapidamente o Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN). A ARSN não avança com datas para o início da obra junto à Maternidade Júlio Dinis, que tanta polémica tem gerado, mas o JN sabe que acontecerá muito em breve.
A fiscalização da ERS vem, aliás, reforçar essa necessidade. Recorde-se que a construção do CMIN era para ter arrancado no final do ano passado, mas o processo urbanístico teve dois chumbos e um parecer negativo da Câmara do Porto.
A accção de fiscalização da ERS foi realizada no passado dia 17, já depois do Maria Pia ter acolhido o serviço de internamento de Pediatria que funcionava no Hospital de Santo António.
Face às notícias publicadas e às queixas de utentes sobre a falta de condições do hospital, a ERS foi averiguar os níveis de segurança e de qualidade dos cuidados de saúde e a garantia dos direitos dos utentes. E concluiu que faltam cumprir vários requisitos para atingir os mínimos exigíveis na medicina hospitalar.
No âmbito da construção, o relatório conclui que o Maria Pia tem ?áreas desadequadas às finalidades a que se destinam?, ?corredores estreitos que não permitem a circulação de camas e macas?, ?áreas de circulação e evacuação exíguas, labirínticas e insuficientes?. O elevador para as macas ?é obsoleto, lento, não tem climatização ou entradas de ar nos moldes devidos?, diz o documento, a que o JN teve acesso.
No bloco operatório e enfermarias “há cruzamento de doentes que vão ser intervencionados com os operados” e “não existe uma área de transferência que separe o exterior do que se passa no bloco”. Esta última falha, sustenta a ERS, potencia “uma área de risco acentuado que deve ser impedida de continuar a funcionar”.
A sala de recobro é pequena, dificultando a circulação das enfermeiras. Os materiais sujos são levados por um corredor e convivem com os materiais esterilizados: “há uma promiscuidade que não é admissível e não deve existir”, diz o relatório.
As enfermarias, sobretudo a dos lactentes, “não respeitam a privacidade e dignidade dos doentes e dos acompanhantes”, são demasiado pequenas, têm o ar saturado, pouco arejamento e pouca luz natural.
Nos Cuidados Intensivos não existe sala de reanimação, sendo que o procedimento é feito em cada cama. No serviço de Imagiologia há equipamentos obsoletos. Não há detectores de incêndio em todas as áreas do hospital, o que põe em causa a segurança dos doentes.
cumps florindo