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Irão: Ainda não há decisão sobre a mulher condenada à morte por adultério

florindo

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Out 11, 2006
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Ainda não há uma decisão final sobre o destino da mulher iraniana condenada à morte por apedrejamento, disse hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ramin Mehmanparast.

"O processo judicial ainda não está completo" e só quando estiver o veredicto será anunciado, disse.

A brutalidade da sentença aplicada a Sakineh Mohammadi Ashtiani suscitou um clamor generalizado entre os líderes mundiais e os ativistas dos direitos humanos.

O caso causou polémica, inclusive, no seio do regime, com declarações contraditórias entre o executivo e o poder judicial.

Hoje mesmo, a Amnistia Internacional em Espanha acusou as autoridades iranianas de realizarem uma "cerimónia da confusão" no caso de Ashtiani, que "não deve ser executada de nenhuma maneira".

Isto porque as autoridades iranianas dizem ter recuado na pena de lapidação atribuída a Ashtiani como pena por alegado adultério, mas mantendo a pena de morte na forca pelo alegado homicídio do marido.

A Amnistia anunciou que vai iniciar "uma campanha internacional para que o presidente do Irão, Mahmud Ahmadinejad, clarifique a situação legal de Sakineh Mohamadi Hastían", segundo o director da organização em Espanha, Esteban Beltrán.

"Se está detida por ter relações com adultos, deve ser libertada; se não, então a Amnistia Internacional considera-a presa de consciência", avançou Beltrán.

O Irão tentou desviar as atenções da condenação à morte por apedrejamento, dizendo que tinha sido suspensa. Mas, em Agosto, dirigentes iranianos começaram a falar num caso separado, no qual Ashtiani foi condenada por ter sido alegadamente cúmplice no assassínio do seu marido, em 2005, que provocaria a sua condenação à morte por enforcamento.

O seu advogado, contudo, disse que o seu processo nunca incluiu tal acusação e que a morte por apedrejamento permanecia uma possibilidade.

O Observatório dos Direitos Humanos disse que a mulher, de 43 anos, mãe de dois filhos, habitante num local remoto do Irão, foi condenada inicialmente em maio de 2006 por ter uma "relação ilícita" e sentenciada a 99 chicotadas.

No final desse ano, foi condenada por acusações mais sérias de adultério e condenada à morte, mesmo depois de ter repudiado a sua confissão, dizendo que fora feita sob ameaças.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano disse que, "por enquanto, a questão do assassínio está na agenda" e que a participação de Ashtiani "é clara".

Na segunda feira, o procurador Gholam Hossein Mohseni Ejehei explicou a mudança, dizendo que, sob a lei iraniana, a acusação de cumplicidade em assassínio é prioritária face a outras.

Nem Ejehei nem o porta-voz ministerial mencionaram a palavra apedrejamento nas suas declarações.

Respondendo aos críticos, o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, acusou a imprensa ocidental de ter dois pesos e duas medidas, por não dar a mesma atenção ao caso da mulher norte-americana condenada à morte no estado de Virgínia, por cumplicidade no assassínio do seu marido.

A morte por apedrejamento foi imposta de forma generalizada no Irão nos anos subsequentes à revolução islâmica de 1979.

Fonte JN
 
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