• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Stress contínuo afecta 40% dos profissionais de saúde

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,985
Gostos Recebidos
346
A excessiva exposição emocional, por exemplo, das pessoas que fazem o atendimento do 112, pode levá-las ao "burnout". A condição, mistura de esgotamento, distanciamento, desinteresse e tentativa de mudar de tarefa, também afecta outros trabalhadores.

Não há palavra portuguesa que traduza literalmente o fenómeno do "burnout", condição psicológica que começou a ser identificada nos anos 70 do século passado. É mais que o esgotamento e é provocado por exposição prolongada ao stress, com componentes que podem atingir a depressão clínica, segundo explicou ao JN o psicólogo do INEM Márcio Pereira.

Interveio ontem, quarta-feira, numa das sessões do II Congresso Nacional de Emergência Médica, que decorre até amanhã em Lisboa, e sublinhou que o ?burnout? afecta cerca de 40% dos profissionais de saúde e 20% de entre todos os trabalhadores.

Este síndroma deve-se à exposição prolongada a factores de stress emocionais e interpessoais no trabalho. Manifesta-se, segundo a caracterização feita pelo mesmo especialista, nas funções de contacto com o público, e em pessoas a trabalhar em organizações que não lhes requerem participação nas decisões nem lhes devolvem apreciação sobre o seu desempenho.

O maior factor de protecção, disse Márcio Pereira, é o equilíbrio vida profissional/vida familiar. Sem isso , explicou o mesmo psicólogo, as consequências são depressão, queixas de mal-estar ou dores e infecções.

Na função laboral, a pessoa afectada pelo “burnout” estará insatisfeita, quererá cortar laços com a instituição, dará mais faltas, distanciar-se-á dos outros e baixa a produtividade. Comenta Márcio Pereira que “o burnout é sinal não só de mal-estar da pessoa como da organização”. No caso dos profissionais que acodem a emergências em saúde e acidentes, os embates contínuos com o sofrimento alheio podem ser o detonador único da situação e daí haver acompanhamento preventivo do pessoal do INEM.

Uma das formas de impedir que a pessoa desmorone psicologicamente é ensinar-lhes a reconhecer os sinais, disse Márcio Pereira, que defende ser necessário intervir na pessoa como na instituição em que ela se insere. Isso pode ser feito, adiantou, através da regulação da pressão exercida sobre a função e um equilíbrio maior entre a vida profissional e a familiar. A intervenção clínica também deve ser equacionada.

Segundo Márcio Pereira, o acompanhamento é uma prática no INEM, onde os profissionais de saúde estão expostos ao sofrimento de vítimas e de familiares. Mesmo os operadores de chamadas ouvem em contínuo pessoas aflitas, ansiosas e algumas com comportamentos agressivos.

Fonte JN
 
Topo