Rotertinho
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Alemanha: Reunificação foi há 20 anos
Só falta ser campeão do Mundo
A reunificação da Alemanha completa 20 anos no próximo domingo, 3 de Outubro. As duas décadas são importantes para um Estado cuja história ainda não chegou a um século. Antes, teve apenas 75 anos de existência desde que Bismark proclamou Guilherme I imperador da Alemanha no Palácio de Versalhes, às portas de Paris, até que a derrota na Segunda Guerra Mundial dividiu o país em dois. A pujança alemã faz da juventude força e consegue ter hoje o lugar de 4ª economia mundial e 2º maior exportador do planeta, apesar da crise e da complicada situação que hoje existe à volta do euro.
Após o tempo em que se impôs com canhões – para unir e afirmar a independência, Bismark teve em 1870 de invadir a França e livrar-se do Império Austríaco –, a Alemanha habituou-se a triunfar com títulos mundiais de futebol: ficou célebre a génese da RFA contada no filme ‘O Casamento de Maria Braun’ que acaba com a vitória sobre a Hungria na final do Mundial 1954. E como se fosse imprescindível, o processo de agregação da RDA pela RFA concretizou-se no Verão de 1990, com a festa de outro título mundial. O escudo comunista do martelo e compasso apagou-se com a euforia do 1-0 à Argentina, com golo de penálti de Andreas Brehme, aos 85 m da final.
Um novo título resolveria muitas das dúvidas que actualmente ensombram a Alemanha. Sem o marco, os alemães perderam alguma maleabilidade económica e ganharam novas dores de cabeça, quando a ex-RDA representa ainda desequilíbrios graves. Durante os 45 anos que viveram separadas, RFA e RDA tiveram desenvolvimento muito diferente e, sobretudo, caminhos económica e socialmente divergentes. E a reunificação espalhou o marco por todo o território, mas não harmonizou o tecido social. O desgaste a leste foi profundo e, mesmo sem dar grande importância aos 2,4% que os imigrantes turcos pesam na população, a Alemanha já não é só católica no Sul e protestante no Norte.
Os problemas são maiores quando o euro trouxe novos sugadores de riqueza que nem sempre é reprodutiva. Vale que a Alemanha é nova.
COMO SE DESFAZ E CONSTRÓI UM GIGANTE
A iniciativa de reunificar um país quando o hábito é dividir territórios, como aconteceu nos Balcãs e na antiga URSS, exige grande determinação política. Na realidade é mais fácil dividir e separar, inclusive em entidades seculares como se viu na Sérvia. É por isso que emerge o nome de Helmut Kohl, hoje com 80 anos, e que com 16 de chanceler ficou como governante mais duradouro da Alemanha desde do fundador do estado, Otto von Bismarck (1815-1898), chanceler durante 19 anos.
No pólo oposto, a Alemanha teve Hitler que subiu ao poder em 1933 e deixou o país destruído na Segunda Guerra Mundial 1939-45. Antes dele, também a Primeira Grande Guerra 1914-18 deixou a Alemanha de rastos, embora desfrutasse de uma oportunidade oferecida em 1917 pelo presidente Wilson, dos EUA, de participar nos acordos de paz em Versalhes. Recusou e perdeu.
Ao contrário de outras grandes potências europeias, como a França e Reino Unido, a Alemanha foi fundada demasiado tarde para beneficiar da partilha colonial da África e Ásia. Foi por isso que lançou duas guerras. Até mudar de opção política.
Correio da Manhã
Só falta ser campeão do Mundo
A reunificação da Alemanha completa 20 anos no próximo domingo, 3 de Outubro. As duas décadas são importantes para um Estado cuja história ainda não chegou a um século. Antes, teve apenas 75 anos de existência desde que Bismark proclamou Guilherme I imperador da Alemanha no Palácio de Versalhes, às portas de Paris, até que a derrota na Segunda Guerra Mundial dividiu o país em dois. A pujança alemã faz da juventude força e consegue ter hoje o lugar de 4ª economia mundial e 2º maior exportador do planeta, apesar da crise e da complicada situação que hoje existe à volta do euro.
Após o tempo em que se impôs com canhões – para unir e afirmar a independência, Bismark teve em 1870 de invadir a França e livrar-se do Império Austríaco –, a Alemanha habituou-se a triunfar com títulos mundiais de futebol: ficou célebre a génese da RFA contada no filme ‘O Casamento de Maria Braun’ que acaba com a vitória sobre a Hungria na final do Mundial 1954. E como se fosse imprescindível, o processo de agregação da RDA pela RFA concretizou-se no Verão de 1990, com a festa de outro título mundial. O escudo comunista do martelo e compasso apagou-se com a euforia do 1-0 à Argentina, com golo de penálti de Andreas Brehme, aos 85 m da final.
Um novo título resolveria muitas das dúvidas que actualmente ensombram a Alemanha. Sem o marco, os alemães perderam alguma maleabilidade económica e ganharam novas dores de cabeça, quando a ex-RDA representa ainda desequilíbrios graves. Durante os 45 anos que viveram separadas, RFA e RDA tiveram desenvolvimento muito diferente e, sobretudo, caminhos económica e socialmente divergentes. E a reunificação espalhou o marco por todo o território, mas não harmonizou o tecido social. O desgaste a leste foi profundo e, mesmo sem dar grande importância aos 2,4% que os imigrantes turcos pesam na população, a Alemanha já não é só católica no Sul e protestante no Norte.
Os problemas são maiores quando o euro trouxe novos sugadores de riqueza que nem sempre é reprodutiva. Vale que a Alemanha é nova.
COMO SE DESFAZ E CONSTRÓI UM GIGANTE
A iniciativa de reunificar um país quando o hábito é dividir territórios, como aconteceu nos Balcãs e na antiga URSS, exige grande determinação política. Na realidade é mais fácil dividir e separar, inclusive em entidades seculares como se viu na Sérvia. É por isso que emerge o nome de Helmut Kohl, hoje com 80 anos, e que com 16 de chanceler ficou como governante mais duradouro da Alemanha desde do fundador do estado, Otto von Bismarck (1815-1898), chanceler durante 19 anos.
No pólo oposto, a Alemanha teve Hitler que subiu ao poder em 1933 e deixou o país destruído na Segunda Guerra Mundial 1939-45. Antes dele, também a Primeira Grande Guerra 1914-18 deixou a Alemanha de rastos, embora desfrutasse de uma oportunidade oferecida em 1917 pelo presidente Wilson, dos EUA, de participar nos acordos de paz em Versalhes. Recusou e perdeu.
Ao contrário de outras grandes potências europeias, como a França e Reino Unido, a Alemanha foi fundada demasiado tarde para beneficiar da partilha colonial da África e Ásia. Foi por isso que lançou duas guerras. Até mudar de opção política.
Correio da Manhã