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O deputado do PSD Pacheco Pereira defendeu hoje, quarta-feira, que se deve tirar como lição da 1ª República que os regimes não são eternos e lembrou que Salazar chegou ao poder como "ditador das finanças".
Pacheco Pereira falava no Parlamento, na sessão solene comemorativa do centenário da implantação da República em Portugal.
Antes, a deputada do CDS-PP Assunção Cristas considerou que os princípios republicanos da "igualdade, liberdade e solidariedade" estão por cumprir em Portugal e defendeu que "é a hora" de o país "mudar, de regenerar, de ter um novo projecto nacional".
"O que é que podemos saber hoje com base nesses dezasseis anos de 1910 a 1926?", questionou Pacheco Pereira, na sua intervenção, respondendo depois: "Primeiro, que os regimes acabam" e, "segundo, que a democracia só subsiste se as instituições em que se baseia mantiverem um mínimo de legitimação popular", sendo "crucial" a saúde dos partidos políticos.
De acordo com Pacheco Pereira, da análise da 1.ª República pode ainda concluir-se que em período de crise "nada envenena mais a democracia do que a corrupção" e que "a economia de mercado e as finanças públicas são a chave do crescimento e do desenvolvimento social".
"A boa gestão da coisa pública, numa altura em que o Estado exige do cidadão muito do produto do seu trabalho, é outro elemento cuja deslegitimação destrói a solidez da nossa democracia. Lembremo-nos que Salazar chegou ao poder como 'ditador das finanças'", acrescentou o deputado do PSD.
Segundo Pacheco Pereira, "os partidos políticos republicanos tiveram muita responsabilidade na queda da 1.ª República" e a "3.ª República, em que vivemos, degenera também pela partidocracia, quando os partidos, em vez de serem um elemento de representação dos cidadãos no poder, funcionam como uma barreira".
Pacheco Pereira e Assunção Cristas coincidiram numa visão crítica da 1.ª República, tendo a deputada do CDS-PP considerado que confundir a "igualdade republicana"com os acontecimentos daquela época "não é um bom serviço prestado à verdade histórica"
No entender de Assunção Cristas, o estado da justiça, da educação, a pobreza e o endividamento do país não permitem falar "em verdadeira liberdade" ou "em verdadeira igualdade" nem "em verdadeira soberania popular" em Portugal.
"De tudo o que da 1.ª República até hoje foi prometido, a educação é o que mais nos envergonha", considerou a deputada do CDS-PP.
No seu discurso, Pacheco Pereira defendeu ainda que o Estado perde sempre que entra em conflito com os corpos da sociedade e que não deve "querer laicizar uma sociedade à força de leis".
Depois, referindo-se às forças armadas, disse: "Não se afrontam questões de Estado, como as do seu armamento e eficácia operacional, como se de anedotas jocosas se tratasse ou de pretextos de ocasião".
JN
Pacheco Pereira falava no Parlamento, na sessão solene comemorativa do centenário da implantação da República em Portugal.
Antes, a deputada do CDS-PP Assunção Cristas considerou que os princípios republicanos da "igualdade, liberdade e solidariedade" estão por cumprir em Portugal e defendeu que "é a hora" de o país "mudar, de regenerar, de ter um novo projecto nacional".
"O que é que podemos saber hoje com base nesses dezasseis anos de 1910 a 1926?", questionou Pacheco Pereira, na sua intervenção, respondendo depois: "Primeiro, que os regimes acabam" e, "segundo, que a democracia só subsiste se as instituições em que se baseia mantiverem um mínimo de legitimação popular", sendo "crucial" a saúde dos partidos políticos.
De acordo com Pacheco Pereira, da análise da 1.ª República pode ainda concluir-se que em período de crise "nada envenena mais a democracia do que a corrupção" e que "a economia de mercado e as finanças públicas são a chave do crescimento e do desenvolvimento social".
"A boa gestão da coisa pública, numa altura em que o Estado exige do cidadão muito do produto do seu trabalho, é outro elemento cuja deslegitimação destrói a solidez da nossa democracia. Lembremo-nos que Salazar chegou ao poder como 'ditador das finanças'", acrescentou o deputado do PSD.
Segundo Pacheco Pereira, "os partidos políticos republicanos tiveram muita responsabilidade na queda da 1.ª República" e a "3.ª República, em que vivemos, degenera também pela partidocracia, quando os partidos, em vez de serem um elemento de representação dos cidadãos no poder, funcionam como uma barreira".
Pacheco Pereira e Assunção Cristas coincidiram numa visão crítica da 1.ª República, tendo a deputada do CDS-PP considerado que confundir a "igualdade republicana"com os acontecimentos daquela época "não é um bom serviço prestado à verdade histórica"
No entender de Assunção Cristas, o estado da justiça, da educação, a pobreza e o endividamento do país não permitem falar "em verdadeira liberdade" ou "em verdadeira igualdade" nem "em verdadeira soberania popular" em Portugal.
"De tudo o que da 1.ª República até hoje foi prometido, a educação é o que mais nos envergonha", considerou a deputada do CDS-PP.
No seu discurso, Pacheco Pereira defendeu ainda que o Estado perde sempre que entra em conflito com os corpos da sociedade e que não deve "querer laicizar uma sociedade à força de leis".
Depois, referindo-se às forças armadas, disse: "Não se afrontam questões de Estado, como as do seu armamento e eficácia operacional, como se de anedotas jocosas se tratasse ou de pretextos de ocasião".
JN