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O primeiro-ministro e o líder do BE voltaram hoje, sexta-feira, a protagonizar uma acesa troca de palavras, com Sócrates a acusar Louçã de "hipocrisia política" e o bloquista a dizer que o Governo "não sabe o valor da palavra".
Centrando-se em questões concretas no debate quinzenal com o primeiro-ministro no Parlamento, Francisco Louçã focou a introdução de portagens nas SCUT, no aumento dos impostos e na redução dos benefícios fiscais, concluindo que a política económica do Governo tem como alvo "os mais pobres, quem trabalha e quem tem rendimentos médios".
"O país tem duas certezas: a primeira é de que a palavra do Governo não conta e a segunda é que 2011 será sempre um ano pior para todos os portugueses", sublinhou, depois de recordar que hoje entraram em vigor portagens que o Governo prometeu que não aplicaria e que a partir do próximo ano quem tem um rendimento colectável de 530 euros por mês sofrerá um aumento de impostos.
Por outra lado, acrescentou Francisco Louçã, um milhão e 383 mil famílias deixarão de ter abono de família, enquanto um casal em que cada pessoa tenha um rendimento de 275 euros deixará de ter acção social.
Na resposta, José Sócrates lembrou que o Governo sempre disse que seriam introduzidas portagens nas SCUT onde existissem outras alternativas e desde que a região tivesse um rendimento per capita ao nível do restante território nacional.
Relativamente aos benefícios fiscais, o primeiro-ministro assegurou que a intenção do Governo é acabar com a "gravíssima injustiça" que existia.
"Sempre disse que tínhamos corrigir com justiça e com coragem", disse, considerando quem está a "mentir" neste caso é o Bloco de Esquerda, já que o partido sempre defendeu o fim integral dos benefícios fiscais nomeadamente em Saúde e Educação, desde que existisse oferta pública para os serviços em causa.
"A sua atitude tem um nome: hipocrisia política", acusou José Sócrates, lamentando que Francisco Louçã não consiga sair do "quadro mental de sectarismo e de ressentimento com o PS" e que tenha "um afã e uma cegueira de atacar o Governo por tudo e por nada".
Francisco Louçã contra-atacou, reiterando que o Governo tinha prometido não mexer nos benefícios fiscais.
"O senhor não quer separar o trigo do joio", afirmou.
Pois, continuou, o Governo não sabe distinguir o que é uma despesa com dentista, um serviço que não existe no Serviço Nacional de Saúde, de um implante de silicone ou um parto no privado.
"Este é uma Governo que não respeita a sua palavra, não sabe o valor da palavra", referiu, deixando também críticas à forma como o executivo faz os "cálculos".
"Diz-me que é preciso no caso de uma família distinguir as pessoas e que um filho deve ser meia pessoa e que a mulher deve ser 0,7 pessoas. Eu só posso concluir que infelizmente nós não podemos aplicar esse critério ao Governo, porque se o aplicássemos percebíamos que já não temos um Governo e não sabemos sequer se temos meio Governo", sublinhou.
JN
Centrando-se em questões concretas no debate quinzenal com o primeiro-ministro no Parlamento, Francisco Louçã focou a introdução de portagens nas SCUT, no aumento dos impostos e na redução dos benefícios fiscais, concluindo que a política económica do Governo tem como alvo "os mais pobres, quem trabalha e quem tem rendimentos médios".
"O país tem duas certezas: a primeira é de que a palavra do Governo não conta e a segunda é que 2011 será sempre um ano pior para todos os portugueses", sublinhou, depois de recordar que hoje entraram em vigor portagens que o Governo prometeu que não aplicaria e que a partir do próximo ano quem tem um rendimento colectável de 530 euros por mês sofrerá um aumento de impostos.
Por outra lado, acrescentou Francisco Louçã, um milhão e 383 mil famílias deixarão de ter abono de família, enquanto um casal em que cada pessoa tenha um rendimento de 275 euros deixará de ter acção social.
Na resposta, José Sócrates lembrou que o Governo sempre disse que seriam introduzidas portagens nas SCUT onde existissem outras alternativas e desde que a região tivesse um rendimento per capita ao nível do restante território nacional.
Relativamente aos benefícios fiscais, o primeiro-ministro assegurou que a intenção do Governo é acabar com a "gravíssima injustiça" que existia.
"Sempre disse que tínhamos corrigir com justiça e com coragem", disse, considerando quem está a "mentir" neste caso é o Bloco de Esquerda, já que o partido sempre defendeu o fim integral dos benefícios fiscais nomeadamente em Saúde e Educação, desde que existisse oferta pública para os serviços em causa.
"A sua atitude tem um nome: hipocrisia política", acusou José Sócrates, lamentando que Francisco Louçã não consiga sair do "quadro mental de sectarismo e de ressentimento com o PS" e que tenha "um afã e uma cegueira de atacar o Governo por tudo e por nada".
Francisco Louçã contra-atacou, reiterando que o Governo tinha prometido não mexer nos benefícios fiscais.
"O senhor não quer separar o trigo do joio", afirmou.
Pois, continuou, o Governo não sabe distinguir o que é uma despesa com dentista, um serviço que não existe no Serviço Nacional de Saúde, de um implante de silicone ou um parto no privado.
"Este é uma Governo que não respeita a sua palavra, não sabe o valor da palavra", referiu, deixando também críticas à forma como o executivo faz os "cálculos".
"Diz-me que é preciso no caso de uma família distinguir as pessoas e que um filho deve ser meia pessoa e que a mulher deve ser 0,7 pessoas. Eu só posso concluir que infelizmente nós não podemos aplicar esse critério ao Governo, porque se o aplicássemos percebíamos que já não temos um Governo e não sabemos sequer se temos meio Governo", sublinhou.
JN