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As Anas e os Josés que vão pagar do seu bolso a factura dos 23%

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In Memoriam
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O aumento do IVA de 21% para 23% vai pesar no orçamento das famílias portuguesas - cada ida ao supermercado irá representar mais um peso na carteira. Muitos terão de abdicar de pequenos luxos ou adiar projectos. Estado arrecada 13,1 mil milhões com o IVA em 2011.

Desde que ouviu as primeiras notícias sobre o Orçamento do Estado, Ana começou a deitar contas à vida e a ficar com os cabelos em pé. Vai pagar mais IRS, vai perder nos abonos de família e, cada vez que se deslocar ao supermercado para as compras, vai passar a desembolsar mais. O melhor será mesmo deixar de comprar os pacotes de leite com chocolate e os refrigerantes. Se o bem que fazem compensasse a subida do IVA de 6% para 23%... mas não! O melhor é mesmo os miúdos beberem leite branco e acompanharem as refeições com água. Afinal, há lá coisa mais saudável?!

O que o Estado arrecada com o aumento do IVA de 21% para 23% não chega a mil milhões de euros de receita - cerca de 13,1 mil milhões (mais de 8,2%) em relação ao ano passado. Valores que aumentam as receitas do Estado, mas que diminuem a receita na casa de Ana e José e obrigam a família a grandes engenharias financeiras.

Agora que as aulas recomeçaram, é preciso repor o guarda-roupa dos dois filhos. Os miúdos crescem a olhos vistos e o Martim anda com as calças pelas canelas. A Martinha já não consegue apertar as saias do ano passado e os sapatos nem se fala. Tinha pensado em gastar 150 euros com cada um (e já estava a ir ao baratinho), mas, com a subida da taxa do IVA para 23%, já é certo que trará menos peças para casa.

As despesas com os miúdos podem ainda aumentar se o infantário da Martinha subir a mensalidade e se a natação do Martim for actualizada com a nova taxa que prevê uma subida do IVA de 6 para 23%. Ana reza para que as administrações ponderem se é melhor absorverem o imposto ou perderem os clientes...

Uma coisa é certa, o marido terá mesmo de deixar de fumar. Para já não falar do mal que faz ao corpo, também é uma maleita diária na carteira. Os 3,66 euros do Marlboro soft representa uma despesa mensal de quase 110 euros.

Com o dinheiro que se poupa nos cigarros, Ana acalenta a esperança da família poder continuar a dar-se a pequenos prazeres. Comer fora ao fim-de-semana e ir ao cinema; comprar um videojogo para o Martim, roupas de Nenucos para a Martinha, mesmo sabendo que são taxados a 23%. José certamente quererá continuar a ir de vez em quando ao Estádio da Luz...

Há decisões que custam, mas que foram tomadas - ambos vão abdicar do ginásio. A subida da mensalidade de 70 para mais de 80 euros começa a ser um encargo insuportável. O melhor é mesmo fazer a pé aqueles pequenos percursos que antes percorria de carro... A gasolina também não tem parado de aumentar!

Os "grandes" projectos terão mesmo de ser adiados: ainda não será desta vez que Ana terá o seu próprio carro, "aquele" Opel Corsa. E ela que já tinha escolhido a cor. Mas investir agora 15 100 euros está fora de questão. É que amealhar começa a ser uma tarefa impossível. O rendimento mensal vai sofrer uma carga brutal de impostos e ao fim do ano terão de descontar mais 1966,96 euros. Como se não bastasse, agora o senhor ministro das Finanças estabeleceu um tecto máximo de 902,50 de despesas de educação e saúde que podem ser deduzidas à colecta. O dinheirinho que surgia no final de Agosto para uma pequena extravagância ou então para repor um electrodoméstico, ou finalmente para poder comprar o LCD, virá em muito menor quantidade. Se é que vem...

Mas há um devaneio de que Ana e José talvez não precisem de abdicar: aquela viagenzinha de uma semana em Agosto, quando a família está toda de férias. Até porque nestes sector o IVA mantém-se nos 6%. Com tanto apertar de cinto, bem precisam de desanuviar...

DN
 

manuel_prata

GF Prata
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como e que o estado vai arrecadar se o povo nao tem para comprar ? nao estou a ver bem esse filme .
 
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