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Nogueira Leite: "inevitável" que Portugal caminhe para recessão

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Mar 13, 2007
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O economista classificou de "inevitável" que Portugal enfrente uma recessão no próximo ano e, apesar do Orçamento do Estado revelar uma vontade política de "fixar um crescimento não negativo", tal não irá acontecer.

"É inevitável que Portugal caminhe rapidamente para uma recessão", disse Nogueira Leite à Lusa, um dia depois de o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, ter explicado as linhas gerais do OE para o próximo ano, que aguarda agora a aprovação do Parlamento.

Nogueira Leite explicou a inevitabilidade da recessão, "primeiro, porque aquilo que é a principal razão pela qual o Governo antecipa que Portugal não vai entrar em recessão é porque prevê um crescimento muito significativo das exportações".

No entanto, "no próprio texto do OE vem dizer que os mercados para os quais Portugal exporta vão desacelerar no próximo ano".

No entender do também conselheiro do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, para a área económica, "o Governo está a antecipar, não o justificando, um ganho de quota de mercado muito significativo por parte das exportações que vão crescer mais ou menos ao dobro da taxa de crescimento dos mercados" para onde Portugal exporta.

Segundo Nogueira Leite, "olhando para o conjunto do OE, este é o resultado de uma vontade política de fixar um crescimento não negativo que vai ser inevitável, dada a contração muito grande em termos do rendimento e os grandes desincentivos que vão ser dados ao conjunto da economia".

Destacou também "a pressão muito significativa que o aumento das taxas de IVA vai pôr sobre algumas actividades, além daquilo que já causa sobre as famílias e sobre a sua capacidade de levar a cabo os mínimos de consumo para o próximo ano".

Questionado sobre se este OE poderá acalmar os mercados financeiros, Nogueira Leite admitiu que, "numa primeira instância, os mercados poderão mostrar alguma satisfação e se acalmem um pouco, mas os credores têm aqui um problema complicado que é a reputação do Governo na execução daquilo que vai anunciando ao mercado".

Ora, "este problema reputacional é central nos mercados e Portugal está a jogar contra a incapacidade que teve no passado de cumprir aquilo que prometia e esse é o grande ponto de interrogação neste momento", rematou Nogueira Leite.

A entrega do Orçamento do Estado para 2011 foi marcada pela polémica, uma vez que o documento só foi totalmente entregue no parlamento no sábado e não na sexta feira, a data limite legal para apresentação do OE na Assembleia da República.

O ministro das Finanças classificou o OE2011 como o Orçamento mais "importante dos últimos 25 anos", no qual está espelhado um conjunto de medidas de austeridade, entre as quais cortes nos salários dos trabalhadores do Estado, o congelamento das pensões, e o aumento de impostos, com o IVA a subir para 23 por cento e uma redução drástica das deduções em sede de IRS.

Em termos de previsões macroeconómicas, o Governo prevê um crescimento da economia de 0,2 por cento e um aumento do desemprego para uma taxa de 10,8 por cento.


DN
 
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