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Microsoft acerta o passo para recuperar atrasos face à Apple e à Google

aiam

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Mai 11, 2007
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A Google tem o maior motor de busca do mundo, a Microsoft tem o Bing. A Apple tem o iPod, a Microsoft lançou o Zune. O Google está por trás do sistema Android, a Apple tem o iPhone e o iPad, e a Microsoft manteve, durante anos, um sistema para telemóveis que, assumidamente, fracassou. Em algumas das áreas pelas quais se aventurou, a gigante do software tem tido dificuldades em acompanhar os rivais.
Steve Ballmer quer que a Microsoft volte a brilhar no mercado.

Este mês, num comunicado aos accionistas, há um parágrafo que resume o estado empresa. É a explicação do bónus de 670 mil dólares (476 mil euros) pago ao presidente executivo Steve Ballmer. Ballmer poderia ter recebido o dobro.

Entre outras razões, o bónus foi justificado com "as receitas recorde" conseguidas este ano e com "uma série de lançamentos bem sucedidos de produtos", incluindo o Windows 7, o Office 2010 e o motor de busca Bing (ver caixa). Mas a bonificação não foi maior por causa do "mal sucedido lançamento do telemóvel Kin, da perda de mercado no sector dos telemóveis", e ainda devido à "necessidade de a empresa procurar inovações e tirar partido de novos formatos". As dificuldades de inovação de uma gigante como a Microsoft, ancorada em negócios de grande dimensão como o Windows e o Office, são uma das críticas frequentes à empresa. "A Apple e um Google têm uma cultura diferente da da Microsoft. A Apple consegue gerir-se quase como uma start-up", reconhece o fundador e director de tecnologia do Portal Sapo, Celso Martinho.

Mas Martinho sublinha, porém, que a Microsoft tem uma tradição de inovação e faz grandes investimentos no desenvolvimento de novos produtos. E, como exemplo, dá a área dos videojogos (em que a empresa entrou há menos de dez anos, com a consola XBox), onde está a inovar com o Kinect, um sistema que permite jogar apenas com a voz, gestos e movimentos, sem recurso a qualquer comando. Onde a Microsoft ficou para trás - reconheceu já a própria empresa - foi no sector dos smartphones, uma área que não apenas está em crescimento, como é a ponte para um mercado promissor que ainda está a arrancar: o dos computadores tablet.

A utilização de smartphones e tablets tende a ter pontos em comum: são usados para aceder ao email e para navegar, para ouvir música, jogar e consumir informação. Por outro lado, os fabricantes de smartphones são os mesmos que estão a produzir tablets. A comercialização dos dois tipos de aparelhos é feita em parceria com operadores de telecomunicações. E, por fim, os sistemas operativos dos smartphones têm sido adaptados para os tablets - é o caso tanto do sistema do iPhone, como do Android.

Herança pesada

As declarações feitas por Steve Ballmer numa entrevista este Verão, durante uma conferência sobre tecnologia, não deixam dúvidas. "Já estivemos à frente neste jogo. Já não estamos à frente. Desaparecemos da face do planeta. E agora estamos em quinto no mercado, o que ainda são dezenas de milhões de unidades [vendidas] por ano, mas que não é sequer perto de onde devíamos estar." A Microsoft lançou-se neste mercado ainda na década de 1990. Mas o iPhone, que chegou apenas em 2007, conseguiu mudar as regras do jogo - tanto graças à inovação, como ao poder de comunicação da marca.

"Ninguém acreditava que era possível fazer um telemóvel sem teclado", lembra Celso Martinho. "A Apple tem um avanço", explica o responsável do Sapo. "Criou o conceito de mercado de aplicações, que ninguém valorizou na altura, e fez uma nova experiência em que ninguém acreditava." Já a Microsoft "tentou replicar o paradigma do desktop", ou seja, tentou adaptar aos telemóveis o funcionamento do Windows para computadores.

Esta análise é partilhada por Paulo Dimas, fundador da TimeBI, uma start-upportuguesa que desenvolve uma aplicação de geolocalização para a maioria das grandes plataformas móveis. "A Microsoft tentou transpor para pequenos formatos de ecrã a experiência de Windows de desktop. E isso, do ponto de vista de experiência do utilizador, não funcionou." Dimas explica que o pioneirismo da Microsoft no campo dosoftware para sistemas móveis acabou por ser um problema. "O Windows Mobile [antecessor do Phone 7] é um sistema operativo muito antigo, com uma herança pesada, o que condicionou muito a Microsoft no sentido de apanhar o iPhone e as restantes plataformas."Espaço para mais um

O recém-lançado Windows Phone 7 tem recebido críticas mistas. Alguns vêem o sistema como um passo na direcção certa, enquanto há quem note que a falta de aplicações e o atraso da Microsoft já não vão permitir que esta apanhe os rivais. Vítor Domingos, responsável em Portugal pela Mobile Monday, uma comunidade internacional que reúne entusiastas e profissionais do sector móvel, é dos que considera que o novo sistema tem algumas funcionalidades "brilhantes".

Uma delas, refere, é o ecrã inicial, uma série de grandes botões, configuráveis, que mostram e permitem o acesso rápido a todo o tipo de informação, desde emails a mensagens, passando por fotografias e perfis de contactos nas redes sociais. Também Paulo Dimas e Celso Martinho vêem com bons olhos a nova plataforma. "Tiveram a coragem de começar do zero e criar e aquilo é uma plataforma actual, ao nível do iPhone e do Android", observa o responsável do Sapo. "É notável que a Microsoft tenha conseguido contrariar a tendência. Não fez o mesmo que a Google, não seguiu na linha da experiência de utilização do iPhone", comenta Dimas.

Para o fundador da TimeBI, a experiência diferente que o Windows Phone 7 proporciona aos utilizadores é um trunfo. O modelo de utilização do iPhone (e que foi, em boa parte, replicado no Android) ainda não está suficientemente disseminado para que tenha de ser obrigatório. "O iPhone não é tão universal quanto isso, quando pensamos no universo total de clientes de telemóveis. Há muita gente que ainda está habituada a usar interfaces do estilo Nokia que nunca vai passar pelo iPhone e que poderá passar para telefones com o Phone 7."



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