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Até os cinco estrelas batem no fundo

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O discurso oficial é optimista. Publicamente, o presidente do Turismo do Algarve, Nuno Aires, até já disse que, quando as contas estiverem fechadas, os resultados do ano turístico de 2010 poderão superar os do ano passado. Mas Lourenço Ribeiro, director-geral dos Hotéis Real, no Algarve, franze o sobrolho e admite que não é nada disso que vê, quando olha para o desempenho dos seus três hotéis de quatro e cinco estrelas, cujas receitas, não esconde, vão ficar 10% abaixo de 2009, um dos piores anos de sempre do turismo algarvio.

"Até há três, quatro semanas, eu diria que 2009 tinha sido 'o fundo'. Agora, já sei que 2010 será o ano em que vamos bater no fundo", diz, com coragem, num sector onde poucos são os que ousam reconhecer que o negócio está a baixar. Ainda que em termos de dormidas a quebra não seja tão significativa - graças a um grande esforço de captação de clientes que passou por promoções, inclusive durante o mês de Agosto, tradicionalmente o mais forte do Algarve -, em relação às receitas o decréscimo será de 10% face a 2009.

"Desde meados de 2008 que houve uma redução sistemática do volume de negócios e os clientes que cá estão também gastam menos", explica Lourenço Ribeiro, adiantando que o Spa é um bom barómetro e que a quebra nos consumos é "sintomática": menos 35% face à facturação de 2007. "É um negócio que tem vindo a baixar. Decidimos ter, todos os dias, um tratamento diferente a 50% e, na realidade, só esse é que vende", conta.

A necessidade de reagir fez com que, no início de Outubro, dez hotéis tenham decidido juntar-se na "Algarve Spa Week", uma semana em que todos os tratamentos foram apresentados com 50% de desconto. Felizmente, "correu muito bem".

Combater a sazonalidade do Algarve é o principal desafio do da região. No entender de Lourenço Ribeiro, isso terá de passar por novas rotas de ligação aérea de Faro a cidades europeias, eventos que sejam motivo de atracção e um centro de congressos capaz de albergar quatro mil a cinco mil pessoas. Uma das principais lacunas para um destino turístico que tem potencialidades e interesse em se afirmar no segmento de reuniões, incentivos e congressos.

"Neste momento, cada hotel trabalha por si, porque não há nada suficientemente grande para haver negócio para todos", afirma o responsável pelo Grande Real Santa Eulália, admitindo que, por vezes, o hotel perde a realização deste tipo de eventos devido à falta de ligações directas ao Algarve. Um centro de congressos seria, em seu entender, um investimento capaz de trazer "muitos benefícios, não só à hotelaria mas a toda a região".
Para já, as notícias para 2011 não são nada animadoras. Dois dos principais operadores turísticos do Algarve (a Tui/Thomson e a Thomas Cook, que trazem a maioria dos turistas britânicos) têm reduzido, todos os anos, a capacidade e cancelaram as operações para este Inverno.

"No caso da Thompson, já não tem contrato connosco para o próximo ano", revela Lourenço Ribeiro, adiantando que era a principal cliente do Real Bellavista. As medidas de austeridade decididas pelo Governo, que os portugueses vão sentir em força no bolso, também prometem fazer mossa no Algarve, visto que o mercado nacional representa metade dos clientes.

JN
 
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