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Príncipe saudita condenado por assassínio do criado

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Um dos numerosos netos do rei Abdallah da Arábia Saudita, Saud Bin Abdulaziz Bin Nasir al Saud, foi condenado hoje, quarta-feira, em Londres a prisão perpétua pelo assassínio de um empregado, Bandar Abdullah Abdulaziz.

O assassínio de Abdulaziz, que era tratado como "pau para todo o serviço", ocorreu depois de uma noite de São Valentim, envolvendo muita bebida e conotações sexuais, segundo o tribunal.

"Ninguém neste país está acima da lei", declarou o juiz David Bean, ao pronunciar a sua sentença no tribunal de Old Bailey, no centro de Londres.

"Cometeria um erro se vos condenasse por excesso ou por defeito devido à vossa pertença à família real saudita", acrescentou.

O juiz condenou Al Saud, de 34 anos, neto do rei Abdallah (por parte da mãe), a prisão perpétua, com uma pena mínima de 20 anos.

Al Saud, um dos milhares de príncipes sauditas, invocou a imunidade diplomática aquando da sua detenção. Mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico determinou que a imunidade não podia ser considerada.

O acusado foi declarado culpado do assassínio de Abdulaziz, de 32 anos, a 15 de Fevereiro, num quarto do hotel de cinco estrelas Landmark, situado no noroeste de Londres.

A vítima foi encontrada estrangulada no quarto que partilhava com o príncipe. O seu rosto tinha sinais de dentadas e o seu corpo vários sinais de agressões.

O príncipe e o seu doméstico regressavam de uma noite de celebração do Dia dos Namorados, onde tinham bebido copiosamente, quando o assassínio ocorreu.

Mas o crime foi precedido por um longo período de maus tratos "sádicos", entre os quais uma agressão "medonha" semanas antes.

Filmada pelas câmaras de vigilância do hotel, a agressão foi anexada ao dossiê de acusação durante o processo, que durou duas semanas.

Abdulaziz, um órfão saudita adoptado por uma família de criados, era considerado como um "pau para todo o serviço".

Segundo testemunhas, era tratado como escravo, a tal ponto que deixou o príncipe matá-lo sem opor resistência.

"Não estou certo de que tivesse a intenção de o matar. Penso que a explicação mais provável é que o senhor não estava minimamente preocupado se o ia matar ou não", declarou o juiz.

A acusação evocou também um "elemento sexual" no crime, provando que o príncipe pagou, por várias vezes, a prostitutos masculinos e consultou sites online para "massagens homossexuais".

O príncipe negou a homossexualidade, garantindo que eram apenas "amigos e iguais".

Presente no tribunal, o príncipe não teve qualquer reacção à leitura da sentença, tal como o seu pai, o príncipe Abdulaziz, que manteve um olhar impassível na sala de audiência.

A condenação, tal como todo o processo, não foi mencionada na imprensa saudita, nem no conjunto da imprensa dos Estados do Golfo, uma região que tem tendência a proteger a família real saudita e a evitar referências à homossexualidade.

A homossexualidade, banida pelo Islão, é tecnicamente passível da pena de morte na Arábia Saudita, ainda que esta sentença nunca tenha sido pronunciada.

JN
 
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