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Novos confrontos opuseram, durante a madrugada, a polícia e habitantes de Terzigno, no sul de Itália, quando residentes tentaram impedir a descarga de lixo num aterro. A situação é hoje, sexta-feira, examinada pelo Governo.
A nova crise do lixo na região de Nápoles, de menor amplitude mas semelhante à de 2007/2008 quando a cidade fez as primeiras páginas da imprensa mundial com fotografias do centro histórico coberto de lixo, transfere-se hoje, sexta-feira, para Roma.
No final do conselho de ministros, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, marcou uma reunião de crise para analisar a situação. Um grupo de manifestantes, proveniente de Terzigno, é esperado durante a manhã, em Roma.
Esta madrugada, a polícia tentou derrubar as barricadas erguidas com lixo (colchões, sacos de plásticos e outros materiais), mas os residentes, que lançaram pedras, petardos, fogo de artifício e "cocktails molotov", impediram a acção dos agentes, de acordo com fontes policiais. As forças de segurança carregaram várias vezes sobre os manifestantes, recorrendo a gás lacrimogéneo.
Uma pessoa foi detida de madrugada na sequência dos confrontos, por estar na posse de explosivos.
Esta manhã, as autoridades locais, com o auxílio dos bombeiros, estão a limpar as ruas onde se encontram automóveis incendiados e ramos de árvores, para tentar que uma coluna de camiões com lixo consiga passar.
Habitantes contra segundo aterro
Praticamente todos os acessos ao aterro de Terzigno encontram-se bloqueados por residentes que se opõem à abertura de um segundo aterro sanitário, perto da localidade.
Há várias semanas que os habitantes de Terzigno se manifestam quase diariamente para impedir o depósito de lixo no aterro sanitário local. Opõem-se também à abertura de um segundo aterro nas proximidades, que será o mais importante da Europa com uma capacidade para três milhões de toneladas.
O presidente da região da Campânia, onde se encontra Nápoles, Stefano Caldoro, mostrou-se inflexível numa entrevista ao diário "Repubblica", ao sublinhar que "o segundo aterro será feito em Terzigno" como previsto. Mas "será seguro, moderno e sem riscos para os habitantes", garantiu.
Os residentes mais próximos do aterro, a cerca de 800 metros das primeiras habitações, afirmam que o lençol freático está poluído e queixam-se de cheiros pestilentos que os obrigam a manter as janelas sempre fechadas no Verão.
Stefano Caldoro indicou ao diário "La Stampa" ter herdado com a crise do lixo um problema antigo que tem pelo menos "15 anos". "Não se diz vezes suficientes que a 'camorra' (máfia napolitano) ganha dinheiro com isto: 15 anos de não gestão do problema, sem aterros (suficientes), nem incineradores e a questão da reciclagem não foi trabalhada", acrescentou.
A crise anterior, mal gerida pelo governo de centro esquerda de Romano Prodi, contribuiu para a vitória de Berlusconi nas legislativas de 2008 e o seu regresso ao poder.
JN
A nova crise do lixo na região de Nápoles, de menor amplitude mas semelhante à de 2007/2008 quando a cidade fez as primeiras páginas da imprensa mundial com fotografias do centro histórico coberto de lixo, transfere-se hoje, sexta-feira, para Roma.
No final do conselho de ministros, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, marcou uma reunião de crise para analisar a situação. Um grupo de manifestantes, proveniente de Terzigno, é esperado durante a manhã, em Roma.
Esta madrugada, a polícia tentou derrubar as barricadas erguidas com lixo (colchões, sacos de plásticos e outros materiais), mas os residentes, que lançaram pedras, petardos, fogo de artifício e "cocktails molotov", impediram a acção dos agentes, de acordo com fontes policiais. As forças de segurança carregaram várias vezes sobre os manifestantes, recorrendo a gás lacrimogéneo.
Uma pessoa foi detida de madrugada na sequência dos confrontos, por estar na posse de explosivos.
Esta manhã, as autoridades locais, com o auxílio dos bombeiros, estão a limpar as ruas onde se encontram automóveis incendiados e ramos de árvores, para tentar que uma coluna de camiões com lixo consiga passar.
Habitantes contra segundo aterro
Praticamente todos os acessos ao aterro de Terzigno encontram-se bloqueados por residentes que se opõem à abertura de um segundo aterro sanitário, perto da localidade.
Há várias semanas que os habitantes de Terzigno se manifestam quase diariamente para impedir o depósito de lixo no aterro sanitário local. Opõem-se também à abertura de um segundo aterro nas proximidades, que será o mais importante da Europa com uma capacidade para três milhões de toneladas.
O presidente da região da Campânia, onde se encontra Nápoles, Stefano Caldoro, mostrou-se inflexível numa entrevista ao diário "Repubblica", ao sublinhar que "o segundo aterro será feito em Terzigno" como previsto. Mas "será seguro, moderno e sem riscos para os habitantes", garantiu.
Os residentes mais próximos do aterro, a cerca de 800 metros das primeiras habitações, afirmam que o lençol freático está poluído e queixam-se de cheiros pestilentos que os obrigam a manter as janelas sempre fechadas no Verão.
Stefano Caldoro indicou ao diário "La Stampa" ter herdado com a crise do lixo um problema antigo que tem pelo menos "15 anos". "Não se diz vezes suficientes que a 'camorra' (máfia napolitano) ganha dinheiro com isto: 15 anos de não gestão do problema, sem aterros (suficientes), nem incineradores e a questão da reciclagem não foi trabalhada", acrescentou.
A crise anterior, mal gerida pelo governo de centro esquerda de Romano Prodi, contribuiu para a vitória de Berlusconi nas legislativas de 2008 e o seu regresso ao poder.
JN