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Como as novas tecnologias mudaram o universo dos CTT

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GF Ouro
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Mai 11, 2007
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Hoje os CTT operam num novo mundo tecnológico onde, além das entregas postais, funcionam como operadora móvel, loja de retalho, livraria e oferecem banda larga móvel, entre outras inovações. Saiba o que mudou.

Todos os meses o filme repetia-se: no final do mês a fila de espera para receber o ordenado num balcão dos Correios era interminável. O mesmo cenário para pagar contas, subscrever aplicações financeiras como certificados de aforro ou, simplesmente, comprar selos. As cartas foram uma importante forma de comunicação durante anos e os selos, daqueles que precisavam de muita saliva, compravam-se às dezenas de cada vez.

Uma década depois já não se recebe o ordenado nos CTT e os envelopes são produzidos com selos. Mas a tecnologia chegou aos arcaicos correios e muita coisa mudou. Hoje podem-se pagar contas de forma electrónica, é possível comprar um livro ou um telemóvel no balcão, informatizado e organizado com um sistema de senhas que distribui os utilizadores pelos vários balcões. A tecnologia e, sobretudo, a Internet, que levou ao decréscimo do volume de correio expedido, obrigou os Correios a mudarem o seu posicionamento. "Os Correios enfrentam grandes desafios por causa da liberalização [no final deste ano] e substituição tecnológica", admite Alberto Pimenta, director de estratégia e desenvolvimento dos CTT, ao Diário Económico. "Em termos de estratégica temos de nos posicionar no que chamamos a fileira digital com serviços que comportem uma componente tecnológica muito grande".

Um trabalho que começou no final da década de 90 e que se tem desenvolvimento ao longo dos últimos dez anos. "Em 1997 os Correios criaram a Telepost, uma empresa de correio híbrido, e foi o primeiro passo. Mas o mais marcante foi em 2005, quando reformulámos a missão dos Correios. Logo a seguir lançámos o ViaCTT, que não é mais do que caixas de electrónicas postais", lembra o responsável. "Este processo foi acompanhado pela aquisição de algumas empresas. A recriação do modelo de negócio levou à criação de parcerias e aquisições, por exemplo, comprámos a Mailtec, que juntámos à Telepost e criámos uma fábrica de correio híbrido (correio digital e em papel)". À lista de aquisições juntou-se a EAD, para a gestão documental direccionada para empresas e também a Payshop, plataforma electrónica de pagamentos.

A própria forma de tratamento e separação das cartas está praticamente mecanizada: as centrais de tratamento de correio, usam tecnologia de ponta e substituíram a separação manual das cartas por uma máquina "inteligente". Aliás, o equipamento usado neste centro já consegue entregar cartas organizadas por números de portas. Desta forma, os Correios procuraram contornar a quebra no volume do tráfego postal e também a entrada de concorrência no segmento expresso. E os vários serviços, recorrendo aos avanços tecnológicos, continuaram a surgir: desde o ‘mailmanager', que permite ao cliente empresarial receber bases de dados com todo o seu correio em formato digital, aos serviços de geo-referenciação para o correio não endereçado.

A aposta nos serviços financeiros mantém-se e os CTT não escondem que é uma das áreas com futuro: há vários anos que a empresa tem em cima da mesa o projecto do Banco Postal, mas aguarda que fiquem disponíveis as licenças atribuídas pelo Banco de Portugal. Enquanto isso, os CTT continuam a vender produtos financeiros e certificados de aforro e muito mais produtos, todos com uma pitada tecnológica.

Telecomunicações

Os CTT não quiseram ficar de fora do sector das telecomunicações e, por isso mesmo lançaram, no final de 2007, o Phone-ix, um operador móvel virtual que utiliza a rede da TMN. A adesão está em algumas dezenas de milhar de clientes. No final de 2009 a empresa lançou também a sua própria banda larga móvel que, segundo os últimos resultados divulgados, tinha algumas centenas de utilizadores. Nos postos de Correios é possível adquirir equipamentos associados aos serviços dos CTT.

Finanças e portagens

A contas podem ser pagas ‘online' através da Payshop mas os balcões dos Correios vendem vários produtos financeiros, desde certificados de aforro a certificados do tesouro. Além disso, devido à decisão de portajar as SCUT, os CTT disponibilizam nos balcões o dispositivo electrónico de identificação de matrícula, essencial para a circulação nestas estradas. Estão associados a uma conta que pode ser carregada, permitindo o pré-pagamento.


Futuro dos CTT está no ‘e-commerce'
O volume de cartas e encomendas tem caído nos últimos anos, devido à massificação da Internet. A liberalização do serviço postal roubará ainda mais mercado aos CTT. Por isso mesmo, a empresa vai apostar no segmento de comércio electrónico, devido ao maior volume de compras efectuado pela Internet. Os CTT querem também estabelecer parcerias logísticas.


Correios com redução nos lucros

A redução no volume de cartas e encomendas processado pelos Correios - menos 3% por ano -, tem penalizado as contas da empresa e obrigado os CTT a procurar formas de receita alternativas. No último semestre, os CTT tiveram uma quebra nos lucros de 22,9%, para 27,8 milhões de euros. Além dos lucros também os proveitos sofreram uma redução, para 16,7 milhões de euros. A liberalização do mercado expresso, a massificação da Internet e, agora, a liberalização do serviço postal com menos de 50 gramas, que é a grande fatia de negócio da empresa, são factores penalizadores e que obrigaram os CTT a reposicionar-se no mercado. Contudo, os Correios, que estão na lista de empresas a privatizar até 2013, distribuem dividendos ao accionista Estado desde 2006. Em 2009, o valor fixou-se nos 21,3 milhões de euros. Um valor que ficou muito abaixo do conseguido em 2008, ano em que entregaram ao Estado 46,5 milhões de euros.


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