Pelo menos 47 mortos em ataque a igreja em Bagdad
Forças de segurança iraquianas invadiram uma igreja siríaca católica em Bagdad, onde militantes da al-Qaeda tinham feito no domingo refém uma congregação inteira, causando pelo menos 47 mortos, incluindo um padre, disseram hoje entidades oficiais iraquianas.
Autoridades oficiais disseram que pelo menos um padre e dez polícias estavam entre os mortos e que muitos dos 62 feridos eram mulheres.
Não foi esclarecido quantos reféns morreram nas mãos dos atacantes ou durante o resgate.
A informação foi prestada pela polícia e por funcionários dos hospitais que receberam os mortos e os feridos, que falaram sob condição de anonimato por não estarem autorizados a falar com a imprensa.
Os relatos apresentaram um balanço diferente acerca do número de atacantes envolvidos no assalto, com o porta-voz militar de Bagdad, major general Qassim al-Moussawi, a indicar que no domingo à noite as forças de segurança mataram oito atacantes, enquanto que os militares dos EUA disseram que morreram entre cinco e sete.
Dois polícias no local, porém, afirmaram que apenas três atacantes foram mortos e outros sete foram posteriormente detidos.
O incidente começou quando militantes com coletes suicidas e armados com granadas atacaram a bolsa iraquiana ao fim da tarde de domingo, antes de voltarem a sua atenção para a principal igreja católica de Bagdad, a de Nossa Senhora do Livramento, tendo feito reféns cerca de 120 cristãos.
Uma declaração enigmática publicada num site no domingo à noite, supostamente pelo Estado Islâmico do Iraque, grupo ligado à al-Qaeda, reivindicou a responsabilidade pelo ataque.
O grupo, ligado à al-Qaeda no Iraque, disse que iria "exterminar os cristãos no Iraque", se as mulheres muçulmanas no Egipto não foram libertadas.
O grupo menciona especificamente duas mulheres no Egipto que afirmam terem convertido ao Islão e que estão detidas contra a sua vontade.
No entanto, os cristãos do Egipto argumentam que elas tinham sido raptadas e posteriormente libertadas pela polícia e levadas para mosteiros distantes, tendo negado qualquer conversão.
Os cristãos iraquianos, que têm sido alvos frequentes de insurgentes sunitas, deixaram em massa o país desde a guerra de 2003 liderada pelos EUA: representavam 2,89% da população em 1980 e em 2008 eram apenas 0,89%.
JN