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Os candidatos a bastonário da Ordem dos Médicos estão contra a contratação de médicos estrangeiros para o Serviço Nacional de Saúde, por consideraram que é uma solução com "algum risco" e que há "alternativas por explorar".
O Diário Económico avançou na quarta feira que o Governo vai contratar 100 médicos colombianos para suprir as carências de médicos nos cuidados primários de saúde. O jornal adiantou ainda que o Executivo tem em curso uma "prospeção em diferentes países, não estando, contudo, concluído qualquer processo de recrutamento".
" margem de um debate que ocorreu na quarta feira à noite, no Hospital da Luz, em Lisboa, com os quatro candidatos a bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Isabel Caixeiro, uma das candidatas, foi peremptória ao manifestar-se contra a contratação de "mão de obra indiferenciada, mais barata, a outros países que não têm o conhecimento da realidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
Para a presidente da Secção Regional do Sul, não é admissível que "se proponham trazer médicos não especializados para exercer as funções de médico de família", uma vez que "a especialidade de medicina geral e familiar é uma especialidade como as outras".
"Não podemos admitir que alguém seja operado por alguém que não é cirurgião, da mesma maneira que não podemos admitir que sejam colocados nos centros de saúde médicos indiferenciados, dizendo que vão fazer as funções dos médicos de família. Isso é totalmente inaceitável", reiterou.
José Manuel Silva, presidente da Secção Regional do Centro e candidato a bastonário da OM, mostrou também "muitas reservas à política de importação de médicos que não têm a mesma formação dos médicos portugueses".
Isto porque "há soluções por explorar a nível nacional, quer pela contratação de médicos que se reformaram precocemente quer com a agilização da contratação dos jovens especialistas que sentem muitas dificuldades em aceder ao SNS".
O candidato Manuel de Brito, por seu lado, disse à Lusa, à margem do debate, que "qualquer médico pode vir trabalhar para Portugal desde que esteja habilitado e que a OM o reconheça".
Admitindo que a contratação no estrangeiro se deve a carência de médicos, sobretudo de medicina familiar, o ex-director clínico do Hospital Central do Funchal entende que "é legítimo tentar alternativas" desde que "nenhuma dessas alternativas possa ser à custa da qualidade dos médicos que vêm trabalhar para cá, porque os doentes portugueses não são de segunda e obviamente exigem médicos com habilitações e com qualidade e quem pode conferir isso é a Ordem".
Uma posição também partilhada por Jaime Teixeira Mendes, cirurgião pediátrico aposentado e candidato a bastonário da OM, que considera que "a Ordem tem de ver a idoneidade desses médicos e a formação que eles têm".
"Não tenho nada contra os colombianos, se forem bons médicos, e esse é que é o problema", afirmou, explicando que a esta "é uma maneira de arranjar mão de obra barata", à semelhança do que já se verificou em Espanha.
No entanto, o problema é que "eles exercem uma medicina que talvez não seja de grande qualidade e não têm quase direitos nenhuns, têm muita dificuldade em fazer uma formação e isso é um risco", disse, acrescentando que a OM "tem uma função e devia ser ela a aprovar ou não" estas contratações.
Os candidatos a bastonário da Ordem dos Médicos têm até 10 de Novembro para entregar as assinaturas necessárias à oficialização das suas candidaturas, estando as eleições marcadas para 15 de Dezembro.
JN
O Diário Económico avançou na quarta feira que o Governo vai contratar 100 médicos colombianos para suprir as carências de médicos nos cuidados primários de saúde. O jornal adiantou ainda que o Executivo tem em curso uma "prospeção em diferentes países, não estando, contudo, concluído qualquer processo de recrutamento".
" margem de um debate que ocorreu na quarta feira à noite, no Hospital da Luz, em Lisboa, com os quatro candidatos a bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Isabel Caixeiro, uma das candidatas, foi peremptória ao manifestar-se contra a contratação de "mão de obra indiferenciada, mais barata, a outros países que não têm o conhecimento da realidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
Para a presidente da Secção Regional do Sul, não é admissível que "se proponham trazer médicos não especializados para exercer as funções de médico de família", uma vez que "a especialidade de medicina geral e familiar é uma especialidade como as outras".
"Não podemos admitir que alguém seja operado por alguém que não é cirurgião, da mesma maneira que não podemos admitir que sejam colocados nos centros de saúde médicos indiferenciados, dizendo que vão fazer as funções dos médicos de família. Isso é totalmente inaceitável", reiterou.
José Manuel Silva, presidente da Secção Regional do Centro e candidato a bastonário da OM, mostrou também "muitas reservas à política de importação de médicos que não têm a mesma formação dos médicos portugueses".
Isto porque "há soluções por explorar a nível nacional, quer pela contratação de médicos que se reformaram precocemente quer com a agilização da contratação dos jovens especialistas que sentem muitas dificuldades em aceder ao SNS".
O candidato Manuel de Brito, por seu lado, disse à Lusa, à margem do debate, que "qualquer médico pode vir trabalhar para Portugal desde que esteja habilitado e que a OM o reconheça".
Admitindo que a contratação no estrangeiro se deve a carência de médicos, sobretudo de medicina familiar, o ex-director clínico do Hospital Central do Funchal entende que "é legítimo tentar alternativas" desde que "nenhuma dessas alternativas possa ser à custa da qualidade dos médicos que vêm trabalhar para cá, porque os doentes portugueses não são de segunda e obviamente exigem médicos com habilitações e com qualidade e quem pode conferir isso é a Ordem".
Uma posição também partilhada por Jaime Teixeira Mendes, cirurgião pediátrico aposentado e candidato a bastonário da OM, que considera que "a Ordem tem de ver a idoneidade desses médicos e a formação que eles têm".
"Não tenho nada contra os colombianos, se forem bons médicos, e esse é que é o problema", afirmou, explicando que a esta "é uma maneira de arranjar mão de obra barata", à semelhança do que já se verificou em Espanha.
No entanto, o problema é que "eles exercem uma medicina que talvez não seja de grande qualidade e não têm quase direitos nenhuns, têm muita dificuldade em fazer uma formação e isso é um risco", disse, acrescentando que a OM "tem uma função e devia ser ela a aprovar ou não" estas contratações.
Os candidatos a bastonário da Ordem dos Médicos têm até 10 de Novembro para entregar as assinaturas necessárias à oficialização das suas candidaturas, estando as eleições marcadas para 15 de Dezembro.
JN