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Actores pornográficos não usam preservativo

florindo

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Os actores da produtora portuguesa de cinema pornográfico Hot Gold não usam preservativos, mas são submetidos a "todo o tipo de testes". Porém, este método "não é seguro", alerta um médico.

Rui Simas, director de conteúdos do canal de cabo Hot Gold, da empresa com o mesmo nome, explica que é "política da empresa" não usar preservativo nas filmagens, justificada pela fraca "aceitação por parte do público", que prefere que este método contraceptivo e de prevenção não seja usado.

No entanto, garante aquele responsável, os actores pornográficos que trabalham com a Hot Gold são submetidos a análises antes das filmagens. "Sempre que há filmagens, num prazo de 30 dias antes das filmagens no máximo, fazem-se os exames que incluem todo o tipo de análises, são exames mesmo completos, a todas as doenças", garante Rui Simas, sem especificar o tipo de testes realizados.

Será esta prática suficiente e segura para garantir que os actores não estão infectados com o vírus da imunodeficiência humana (VIH) ou com outras doenças sexualmente transmissíveis? O director do serviço de doenças infecciosas dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), Saraiva da Cunha, é peremptório: "Não, de maneira nenhuma."

"O que é que acontece nesses 30 dias entre o teste e a gravação? Ninguém sabe! Qual é a garantia de que nesses 30 dias a seguir ao teste o actor não se infectou?", interroga o professor.

Saraiva da Cunha refere ainda que, "mesmo admitindo que os actores são testados no próprio dia [das filmagens]" e que o "teste é negativo", isso também "não dá segurança completa de que o actor não esteja no período janela, em que ele se infectou dois ou três dias antes e não há tempo de os testes virem positivos".

Para o director do serviço de doenças infecciosas dos HUC, não há alternativa ao uso de preservativos: "Não vejo que haja forma de fugir aos métodos barreira. Se, de facto, se quer ter segurança na prática sexual, a única forma que eu vejo de o conseguir é através dos métodos barreira, nomeadamente do uso dos preservativos", reiterou.

Ângelo Ferro, actor pornográfico "independente" que está nesta indústria há cerca de ano e meio, confirma que "nas filmagens, por norma, não é comum a utilização de preservativo ou outro meio contraceptivo e de prevenção", mas que a decisão "fica um pouco ao critério dos actores".

Ângelo Ferro explicou à Lusa que faz "análises de despiste com alguma regularidade e sempre antes de ir fazer algum filme" e que "há um controlo muito grande" por parte das produtoras. "Sinto-me seguro, não menos seguro do que qualquer pessoa que tenha cuidados inerentes aos actos sexuais praticados", garantiu.

Contactadas pela Lusa, fontes dos Ministérios da Saúde e do Trabalho afirmaram que não está prevista na lei qualquer regulamentação específica para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis na indústria do cinema para adultos.

Nos Estados Unidos, um actor pornográfico foi infectado com VIH, no estado da Califórnia, em meados de Outubro. No ano passado, uma mulher contraiu a doença depois de ter feito um filme pornográfico e, em 2004, um surto afectou vários actores, aterrorizando a indústria e paralisando muitos estúdios em toda a Califórnia.

JN
 
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