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Portugal tem os toxicodependentes mais velhos da Europa, registando 28% das pessoas com 40 anos ou mais em início de tratamento na Europa, revela o relatório anual do Observatório da Droga e da Toxicodependência (OEDT), divulgado, hoje, quarta-feira, em Lisboa.
O documento deixa claro, também, que os cortes orçamentais no combate à toxicodependência podem ter custos sociais e económicos ainda maiores no futuro. Fica-se também a saber que há mais de um milhão de consumidores de droga europeus a receber algum tipo de tratamento, sendo mais de metade por problemas com a heroína.
Em tempo de crise, os cortes orçamentais e as suas consequências parecem preocupar o OEDT. No relatório, aquele organismo alerta para o risco de se tomarem "decisões políticas que obriguem a Europa a ter de suportar, a longo prazo, custos muito superiores às eventuais poupanças obtidas a curto prazo".
Além disso, há o "duplo perigo de as medidas de austeridade causarem cortes na oferta de respostas eficazes numa altura em que a sua necessidade pode estar a aumentar", indica-se no relatório.
"É necessário que os governos que estão a ponderar reduzir a despesa no domínio da droga tenham em conta a relação custo-eficácia das medidas existentes", refere o relatório.
É o caso de Portugal, com a saída de 200 trabalhadores precários do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) no âmbito das medidas de austeridade na Administração Pública.
O presidente do IDT e também do conselho de administração do OEDT, João Goulão, disse à agência Lusa, no fim de Outubro, que se trata de trabalhadores contratados para a intervenção de proximidade, antecipando que esse modelo que tem permitido "bons resiltados ao nível da toxicodependência e também no alcoolismo" pode estar em causa.
Os responsáveis pela monitorização do fenómeno da toxicodependência na Europa alertam que numa altura de austeridade económica e desemprego crescente, "receia-se que esta situação se possa fazer acompanhar de um aumento das formas problemáticas do consumo de droga".
Associado a isto, estão os "danos colaterais da criminalidade e da insegurança".
Consumidores idosos
"Portugal reporta a percentagem mais elevada de consumidores de droga mais idosos em início de tratamento", o que, juntamente com dados recolhidos em outros países europeus, permite concluir que o consumo de droga já não pode ser visto só como um "fenómeno juvenil".
O director do OEDT, Wolfgang Götz, frisa que os serviços de assistência são cada vez mais chamados para ajudar "utentes mais idosos, cuja saúde sofre os efeitos combinados do consumo prolongado de droga e do envelhecimento".
Trata-se de "um problema crescente" quer para os serviços dedicados aos toxicodependentes quer para os serviços de saúde e assistência social genéricos, acrescenta o director do OEDT.
Portugal é um dos países da Europa Ocidental identificados pelo OEDT onde ocorreu "a primeira epidemia de consumo de heroína nas décadas de 1980 e 1990" e onde os serviços de tratamento de substituição de opiáceos assistem uma percentagem "muito substancial" de pessoas mais velhas.
Nos países da Europa Central e Oriental, onde os opiáceos começaram a ser consumidos mais tarde - "final da década de 1990, década de 2000" - é só um questão de tempo até haver consumidores mais velhos.
Mas para os consumidores mais velhos que já existem, os programas de tratamento "são raros na Europa", salienta o OEDT no relatório.
Quando chega aos 40 anos, um toxicodependente pode necessitar de cuidados que normalmente se reservam para uma pessoa de 60, indica o relatório.
JN
O documento deixa claro, também, que os cortes orçamentais no combate à toxicodependência podem ter custos sociais e económicos ainda maiores no futuro. Fica-se também a saber que há mais de um milhão de consumidores de droga europeus a receber algum tipo de tratamento, sendo mais de metade por problemas com a heroína.
Em tempo de crise, os cortes orçamentais e as suas consequências parecem preocupar o OEDT. No relatório, aquele organismo alerta para o risco de se tomarem "decisões políticas que obriguem a Europa a ter de suportar, a longo prazo, custos muito superiores às eventuais poupanças obtidas a curto prazo".
Além disso, há o "duplo perigo de as medidas de austeridade causarem cortes na oferta de respostas eficazes numa altura em que a sua necessidade pode estar a aumentar", indica-se no relatório.
"É necessário que os governos que estão a ponderar reduzir a despesa no domínio da droga tenham em conta a relação custo-eficácia das medidas existentes", refere o relatório.
É o caso de Portugal, com a saída de 200 trabalhadores precários do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) no âmbito das medidas de austeridade na Administração Pública.
O presidente do IDT e também do conselho de administração do OEDT, João Goulão, disse à agência Lusa, no fim de Outubro, que se trata de trabalhadores contratados para a intervenção de proximidade, antecipando que esse modelo que tem permitido "bons resiltados ao nível da toxicodependência e também no alcoolismo" pode estar em causa.
Os responsáveis pela monitorização do fenómeno da toxicodependência na Europa alertam que numa altura de austeridade económica e desemprego crescente, "receia-se que esta situação se possa fazer acompanhar de um aumento das formas problemáticas do consumo de droga".
Associado a isto, estão os "danos colaterais da criminalidade e da insegurança".
Consumidores idosos
"Portugal reporta a percentagem mais elevada de consumidores de droga mais idosos em início de tratamento", o que, juntamente com dados recolhidos em outros países europeus, permite concluir que o consumo de droga já não pode ser visto só como um "fenómeno juvenil".
O director do OEDT, Wolfgang Götz, frisa que os serviços de assistência são cada vez mais chamados para ajudar "utentes mais idosos, cuja saúde sofre os efeitos combinados do consumo prolongado de droga e do envelhecimento".
Trata-se de "um problema crescente" quer para os serviços dedicados aos toxicodependentes quer para os serviços de saúde e assistência social genéricos, acrescenta o director do OEDT.
Portugal é um dos países da Europa Ocidental identificados pelo OEDT onde ocorreu "a primeira epidemia de consumo de heroína nas décadas de 1980 e 1990" e onde os serviços de tratamento de substituição de opiáceos assistem uma percentagem "muito substancial" de pessoas mais velhas.
Nos países da Europa Central e Oriental, onde os opiáceos começaram a ser consumidos mais tarde - "final da década de 1990, década de 2000" - é só um questão de tempo até haver consumidores mais velhos.
Mas para os consumidores mais velhos que já existem, os programas de tratamento "são raros na Europa", salienta o OEDT no relatório.
Quando chega aos 40 anos, um toxicodependente pode necessitar de cuidados que normalmente se reservam para uma pessoa de 60, indica o relatório.
JN