• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Cristã condenada à morte por blasfémia no Paquistão

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,987
Gostos Recebidos
347
Um tribunal paquistanês condenou à morte por blasfémia uma mulher cristã, o que acontece pela primeira vez e suscitou protestos de várias associações e do ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, em Islamabad.

A sentença contra Asia Bibi, 45 anos, mãe de cinco filhos, foi divulgada na passada segunda-feira por um tribunal de Nankana, a cerca de 75 quilómetros de Lahore, capital cultural do país.

A República Islâmica do Paquistão nunca executou um condenado à morte por blasfémia e este caso põe em evidência as controversas leis sobre o assunto, denunciadas pelas associações de defesa dos direitos humanos.

O caso remonta a Junho de 2009, quando mulheres muçulmanas que trabalhavam com Asia Bibi foram ver um responsável religioso e acusaram a cristã de proferir blasfémias contra o profeta Maomé.

O responsável religioso apresentou o caso à polícia e esta abriu um inquérito. Asia Bibi foi detida e julgada de acordo com um artigo do código penal paquistanês que prevê a pena de morte para estes casos.

O juiz Naveed Iqbal condenou-a à morte por enforcamento, afastou por completo a possibilidade de ter sido acusada por maldade e decidiu que não havia qualquer circunstância atenuante, segundo a sentença a que a agência France Presse teve acesso.

Para que a execução tenha lugar tem de ser ainda aprovada pelo Supremo Tribunal de Lahore.

O marido de Asia Bibi, Ashiq Masih, 51 anos, disse que nada justifica esta condenação e que indicou que vai recorrer.

Segundo as associações de defesa dos direitos humanos, é a primeira vez que uma mulher é condenada à morte por blasfémia no Paquistão.

"A lei sobre blasfémia é totalmente obscena e deve ser revogada. É utilizada sobretudo contra os grupos mais vulneráveis, que são discriminados politicamente e socialmente, a começar pelas minorias religiosas e muçulmanos heterodoxos", considerou Ali Dayan Hasan, porta-voz da ONG Human Rights Watch.

Questionado sobre o assunto numa conferência de Imprensa em Islamabad, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Franco Frattini, disse que levantou a questão nas negociações com o seu homólogo paquistanês, Shah Mehmood Qureshi.

"A Itália sempre foi contra a pena de morte. A lei sobre blasfémia não deve ser instrumentalizada para discriminar as minorias religiosas", acrescentou Frattini.

JN
 
Topo