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População não deixou tirar duas filhas à mãe

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Crianças estão agora à guarda provisória de outra família

Estão à guarda provisória de uma família de Verdelhos, Covilhã, as duas menores, de 4 e 6 anos, que a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens tentou, anteontem, retirar à mãe. O povo tocou os sinos a rebate e enfrentou um forte dispositivo da GNR.

Em poucas horas, a aldeia de Verdelhos, na Covilhã, viveu, de uma assentada, emoções fortes e jamais vistas por aquelas paragens serranas: a chegada de um forte dispositivo da GNR para apoiar a retirada para institucionalização de duas crianças sinalizadas por negligência; os sinos a tocar a rebate para mostrar que o povo estava revoltado com tal decisão; e, finalmente, o regresso a casa de uma das menores que tinha sido levada, num jipe da GNR, pelas traseiras do Centro Social de Verdelhos.

"Se a menina de quatro anos que levaram à força do jardim de infância não regressasse a casa, a aldeia em peso ficaria aqui, noite e dia, até que isso acontecesse", garante Dina Correia. A mesma moradora foi uma das principais opositoras à decisão de retirar as crianças à mãe e aos avós, alegando que as mesmas "são muito bem tratadas, alimentadas e vestidas".

"Abri a porta aos pontapés"

"Quando vi chegar sete carros cheios de militares da GNR, alguns armados, fui com mais três vizinhas à igreja tocar os sinos. Como a porta estava fechada, benzi-me, para pedir perdão a Deus, e abri a porta aos pontapés", recorda Dina Correia.

As duas meninas, filhas de mãe solteira, que sofre de epilepsia, vivem com a avó materna na aldeia de Verdelhos. "Trabalho muito para lhes dar o que precisam. E as crianças nunca tiveram problemas no pré-escolar. A mais velha chegou mesmo a ter um prémio por ser boa aluna", lembra a avó, Patrocínia Pais Afonso, inconformada com a decisão de retirada das netas, cuja tutela afirma deter.

"Não é verdade. A senhora não tem a tutela das netas. Quem a tem é a filha que não está capaz", explica ao JN Paulo Rosa, presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Covilhã. O responsável explica que as crianças estão sinalizadas desde que nasceram, tendo a decisão de institucionalização, autorizada por escrito pela progenitora, ficado a dever-se a alegados casos de "negligência e promiscuidade". " A minha filha não autorizou nada. Assinou os papéis obrigada e sob a ameaça de nunca mais ver as crianças", afirma a avó.

Já os populares não conseguiram impedir que a menina mais nova fosse retirada pelas traseiras do Centro Social. Mas conseguiram pôr a mais velha a salvo. "Fomos buscá-la à escola, num táxi, e esteve mais de duas horas escondida no carro", relata outra moradora. À tarde, as menores foram entregues à guarda da madrinha de uma delas, por 30 dias, depois de um vizinho, Adelino Marcelino, assumir a responsabilidade de zelar pela sua segurança.

JN
 
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