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Os dois arguidos acusados do assassínio do ex-líder da extrema-direita branca Eugene Terre'blanche começam a ser julgados, amanhã, segunda-feira, em Ventersdorp, a Noroeste de Joanesburgo.
Chris Mahlangu, de 28 anos, e um cúmplice com apenas 15 anos, serão julgados em conjunto, embora um deles esteja sujeito à legislação aplicável a menores, disse hoje em Pretória Mthunzi Mhaga, porta-voz do Ministério Público.
O julgamento dos dois suspeitos pelo brutal homicídio de Terre'blanche vai obrigar as forças de segurança a destacar para Ventersdorp um vasto contingente policial, uma vez que em anteriores audiências preliminares se verificaram manifestações de apoio aos arguidos por parte de populares que veem no defunto líder da extrema-direita um "alvo legítimo" da violência negra, mas também de apoiantes do ex-líder que exigem justiça por um crime que consideram "de delito comum".
Eugene Terre'blanche, um agricultor que liderou, nos anos 80 e 90, acções violentas do AWB (Movimento de Resistência Afrikaner) contra a população negra que estava em vias de conquistar o poder para a maioria nas eleições de 1994, foi assassinado a golpes de paus e catanas na sua fazenda em 3 de Abril deste ano alegadamente por dois dos seus empregados.
Detidos poucos dias após o crime, ambos os arguidos tentaram justificar as suas acções acusando a vítima de não lhe ter pago os salários de Março por trabalho feito na fazenda.
Homem polémico, temido por muitos e adorado por alguns dos seus mais fervorosos apoiantes políticos que nunca aceitaram a instauração de uma democracia representativa na África do Sul, Terre'blanche estava praticamente retirado da política activa à data da sua morte, enquanto o seu movimento se tinha reduzido a um mero grupo de radicais sem expressão nacional, mesmo entre a comunidade afrikaner que ambicionava representar.
RC