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Revolta popular quase acaba em agressões

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Autarca insultado em manifestação contra localização de estrutura de apoio a toxicodependentes


Os moradores de Agualva (Sintra) opõem-se à construção de um centro para toxicodependentes numa zona onde, garantem, já abundam o consumo e o tráfico de droga. Ontem, organizaram um protesto que por pouco não descambou em confrontos físicos.

Cerca de 40 habitantes da localidade, acompanhados pelo presidente da Junta de Freguesia de Agualva, Rui Castelhano (PSD), manifestaram-se ontem de manhã junto ao local onde está a ser construído o Centro de Respostas Integradas do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT). O ambiente estava calmo até à chegada de Rui Ramos, eleito da CDU na Assembleia de Freguesia, favorável ao projecto.

Enquanto o autarca era entrevistado por uma estação televisiva, os manifestantes interromperam-no, exaltados, e chegaram a afastá-lo do local, no meio de uma troca de argumentos acesa e apimentada por alguns insultos. "Não venha para aqui com política!", gritava um morador, "Queria ver como era se o senhor morasse aqui!".

Em causa está a construção do Centro de Respostas Integradas, iniciada em Setembro e com conclusão prevista para o próximo de Verão. Com capacidade para 500 toxicodependentes e 40 funcionários, o equipamento localiza-se numa esquina de um bairro residencial, o que motiva os protestos dos habitantes.

Os moradores ouvidos pelo JN foram unânimes na necessidade de criar um equipamento deste género, mas discordam da localização.

"Vão trazer os toxicodependentes para uma zona que já é conhecida pelo consumo e venda de droga? Isto não faz sentido", defende Cristina Carvalho, 50 anos.

João Sousa, 70 anos, apoia-a. "Depois das 22 horas, aqui perto, são só carros a entrar e a sair com droga. De manhã, estão lá dezenas de garrafas de cerveja de 1,5 litros", diz o reformado, morador no bairro há perto de 40 anos.

Helena Ferreira, 45 anos, teme os assaltos e os actos de vandalismo na localidade. "A recuperação de um toxicodependente não é um processo fácil e tenho medo que surjam muitas situações complicadas", admite.

"Este não é o sítio correcto", continua a escriturária, "Há uma escola ao cimo da rua e outra no fundo. Além disso, onde é que os 40 funcionários vão pôr os carros? Já nem temos lugar para os nossos."

Rui Castelhano defende a construção do Centro de Respostas Integradas noutro local. Considera que a construção do equipamento devia ter sido pensada tendo em conta o sítio onde está inserido e critica a falta de envolvimento da população no processo, garantindo que a própria Junta de Agualva só soube da obra no início de Agosto e ainda hoje aguarda que a Câmara de Sintra ou o IDT lhe enviem o projecto.

"Estes equipamentos não podem ser construídos no secretismo. É inadmissível que se esconda informação e que não se consulte a população nem se peça informação, sequer, à Junta de Freguesia", defende o autarca.

JN
 
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