Rotertinho
GF Ouro
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Musa Sayed e Ahmad Shah detidos em Cabul
Dois afegãos convertidos ao cristianismo podem enfrentar pena de morte
Dois afegãos convertidos ao cristianismo podem enfrentar a pena de morte por renunciar ao islamismo, segundo a legislação local, num caso que evidencia as contradições de um país que é signatário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Musa Sayed e Ahmad Shah foram detidos em Cabul, onde aguardam julgamento, anunciou este domingo Din Mohammad Quraishi, o promotor encarregado do distrito ocidental de Cabul.
O caso foi, no entanto, encaminhado para o escritório da Procuradoria Geral da República, colocando em suspenso um processo seguido de perto por alguns governos ocidentais que não querem ver o Afeganistão, que financiam com milhares de milhões de dólares desde 2001, ignorar a liberdade de culto.
Os dois homens foram presos no final de maio, poucos dias após a transmissão de uma emissora de televisão local, a Noorin TV, de um vídeo aparentemente mostrando o baptismo de afegãos. Centenas de afegãos manifestaram-se em várias cidades contra essas conversões, denunciando a interferência do Ocidente.
Membros do Parlamento manifestaram a sua ira, um deles até mesmo pediu a execução pública dos convertidos. Entretanto, o governo havia suspendido a atuação de duas ONG´s cristãs, a norueguesa Church Aid e a americana Church World Service. Musa Sayed e Ahmad Shah - ambos da minoria xiita hazara -, são acusados de terem-se convertido a outra religião, o que é considerado crime pela lei islâmica.
"Ambos podem ser condenados à morte ou à prisão perpétua", disse o procurador Quraishi. Sayed, pai de seis filhos, trabalhava no Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) desde 1995. "Fomos visita-lo várias vezes à prisão", disse um porta-voz do Cruz Vermelha em Cabul. Numa carta enviada da prisão, a qual a AFP teve acesso, Sayed acusa Ahmad Shah de ser um espião dos xiitas para poderem denunciar os cristãos às autoridades.
"Ahmad Shah afirmou ser muçulmano e terá sido acusado injustamente", disse o procurador Quraish, acrescentando que propuseram "a Musa Sayed voltar ao islamismo, mas ele recusou-se".
A Constituição afegã, aprovada depois da queda do regime taliban no final de 2001, tem por base a lei islâmica, que proíbe a renúncia do Islão, mas entretanto também menciona a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em 2006, um caso semelhante atraiu forte condenação internacional. A Justiça afegã finalmente libertou Abdul Rahman, um afegão convertido ao cristianismo, que então se refugiou na Itália.
Correio da Manhã
Dois afegãos convertidos ao cristianismo podem enfrentar pena de morte
Dois afegãos convertidos ao cristianismo podem enfrentar a pena de morte por renunciar ao islamismo, segundo a legislação local, num caso que evidencia as contradições de um país que é signatário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Musa Sayed e Ahmad Shah foram detidos em Cabul, onde aguardam julgamento, anunciou este domingo Din Mohammad Quraishi, o promotor encarregado do distrito ocidental de Cabul.
O caso foi, no entanto, encaminhado para o escritório da Procuradoria Geral da República, colocando em suspenso um processo seguido de perto por alguns governos ocidentais que não querem ver o Afeganistão, que financiam com milhares de milhões de dólares desde 2001, ignorar a liberdade de culto.
Os dois homens foram presos no final de maio, poucos dias após a transmissão de uma emissora de televisão local, a Noorin TV, de um vídeo aparentemente mostrando o baptismo de afegãos. Centenas de afegãos manifestaram-se em várias cidades contra essas conversões, denunciando a interferência do Ocidente.
Membros do Parlamento manifestaram a sua ira, um deles até mesmo pediu a execução pública dos convertidos. Entretanto, o governo havia suspendido a atuação de duas ONG´s cristãs, a norueguesa Church Aid e a americana Church World Service. Musa Sayed e Ahmad Shah - ambos da minoria xiita hazara -, são acusados de terem-se convertido a outra religião, o que é considerado crime pela lei islâmica.
"Ambos podem ser condenados à morte ou à prisão perpétua", disse o procurador Quraishi. Sayed, pai de seis filhos, trabalhava no Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) desde 1995. "Fomos visita-lo várias vezes à prisão", disse um porta-voz do Cruz Vermelha em Cabul. Numa carta enviada da prisão, a qual a AFP teve acesso, Sayed acusa Ahmad Shah de ser um espião dos xiitas para poderem denunciar os cristãos às autoridades.
"Ahmad Shah afirmou ser muçulmano e terá sido acusado injustamente", disse o procurador Quraish, acrescentando que propuseram "a Musa Sayed voltar ao islamismo, mas ele recusou-se".
A Constituição afegã, aprovada depois da queda do regime taliban no final de 2001, tem por base a lei islâmica, que proíbe a renúncia do Islão, mas entretanto também menciona a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em 2006, um caso semelhante atraiu forte condenação internacional. A Justiça afegã finalmente libertou Abdul Rahman, um afegão convertido ao cristianismo, que então se refugiou na Itália.
Correio da Manhã