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Bairro no centro "esquecido" e farto de só ter promessas

florindo

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Out 11, 2006
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O bairro de Cabo Mor receberá obras de requalificação no próximo ano. A garantia é da empresa municipal Gaiasocial, embora a empreitada seja paga pelo Estado. Fartos de promessas, os moradores receiam que seja mais um anúncio que ficará por concretizar.


Não há campanha eleitoral que não cruze as ruas esburacadas do bairro Cabo Mor, na freguesia de Mafamude, no centro de Gaia. Os residentes asseguram que por lá já passaram muitos políticos e deixaram inúmeras promessas de requalificação da urbanização, gerida pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU). Todas ficaram por concretizar.

"Eles prometem, prometem e nada fazem. Temos as varandas a cair aos bocados, as caleiras rotas, infiltrações de água dentro de casa. Não pintam nem arranjam seja o que for. Este bairro está esquecido, apesar de ficar no centro de Gaia. São tantas promessas que nós nem vamos votar nas próximas eleições", lamenta António Agostinho. Há 32 anos que vive no empreendimento com frente para a Rua de Gonçalo Velho Cabral e Avenida de Infante D. Henrique. Até hoje, guarda na memória a alegria da mudança para um bairro que era "muito bonito".

Os anos passaram e a falta de manutenção deixou-o num estado avançado de deterioração, visível sobretudo nas varandas de betão carcomido. Os residentes asseguram que, mesmo a limpeza do espaço público, é muitas vezes feita por quem lá mora.

"Há alturas em que o lixeiro só aparece de duas em duas semanas. O que vale é que as pessoas são limpas, caso contrário isto estava tudo cheio de bichos", interrompe uma moradora, ao lado de António. Ainda assim, não raras vezes se vêem ratos a correr pelo bairro.

Um cenário de degradação que o presidente da administração da Gaiasocial, André Correia, afiança que irá mudar. O projecto de reabilitação da urbanização social com 72 habitações está pronto e já foi validado pela Autarquia, embora a empreitada caiba ao Estado (através do IHRU).

O compromisso do instituto é que o concurso público será lançado até ao final do ano, o que permitiria avançar com a intervenção até Maio de 2011. O custo previsto é de 1,5 milhões de euros. A obra contempla a recuperação das casas e dos blocos de habitações e a reorganização dos espaços públicos no exterior, nomeadamente com a construção de um equipamento desportivo, um parque público, novos jardins e arranjo dos passeios.

Alguns moradores em Cabo Mor alimentam a esperança de que, com as obras, surja a boa vontade de dar uma ocupação às habitações devolutas e fechadas. Até porque há quem viva em caves, servidas por postigos. É o caso da família de Paulo Maia, onde se contam dois filhos, um com pouco mais de um mês.

"Onde eu moro nem os ratos gostam de estar. Nós vivemos debaixo da terra e os ratos andam à superfície", suspira o morador, apontando para algumas casas fechadas que continuam sem destino.

"Há muitas casas fechadas, mas não as dão a quem precisa, a quem vive em más condições. Não estamos a pedir de mais", argumenta Paulo Maia. O maior desejo dos inquilinos é que recuperem Cabo Mor à semelhança do que foi feito noutros bairros. "Estão tão bonitos que parecem condomínios fechados", conclui Paulo Maia.

JN
 
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