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"Spread" da dívida portuguesa abaixo dos 300 pontos pela primeira vez desde Agosto

florindo

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Juros da dívida portuguesa a 10 anos permanecem abaixo dos 6%, baixando o diferencial face às obrigações alemãs para um mínimo de finais de Agosto. A compra de obrigações por parte do BCE está a ser fundamental para a descida do risco da dívida portuguesa.


Os juros da dívida pública portuguesa a 10 anos caem mais de 20 pontos base e permanecem abaixo dos 6%, devido às compras de obrigações por parte do Banco Central Europeu.

A “yield” a 10 anos está a cair 22 pontos base para 5,91%, sendo que os juros estão também em queda acentuada nas restantes maturidades. Descem 15 pontos base na dívida a 2 anos 24 pontos base na dívida a 5 anos.

Com o juro das obrigações do tesouro a 10 anos em mínimos de final de Outubro, o diferencial face bunds alemãs com a mesma maturidade desceu hoje abaixo dos 300 pontos base, o que de acordo com a Bloomberg, acontece pela primeira vez desde 24 de Agosto. No pico do “stress” no mercado de dívida, o “spread” chegou a superar os 450 pontos base.

O “spread” mede o diferencial que os investidores exigem para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã, sendo por isso um dos principais indicadores de risco da dívida portuguesa.

A percepção de risco sobre Portugal está a atenuar-se também a julgar pelo custo de fazer um seguro contra incumprimento em dívida portuguesa. Os “credit default swaps” sobre títulos a cinco anos estão a descer oito pontos base para 330 pontos base.

Os outros países que têm estado sob maior pressão nos mercados estão também a sentir um alívio, mas mais moderado. Os juros de Espanha a 10 anos estão a cair 3 pontos base para 5,05%.

Fraca liquidez amplia actuação do BCE

Esta é já a terceira sessão seguida de descida dos juros das obrigações portuguesas – no período a queda é superior a 115 pontos base – sendo esta prestação explicada sobretudo pelo facto de o BCE estar de forma activa a comprar dívida dos países periféricos.

De acordo com a Bloomberg, o BCE está hoje a comprar dívida de Portugal, Irlanda e Grécia, isto depois de ontem, na reunião mensal, o banco central ter anunciado que vai continuar a comprar títulos de dívida no mercado secundário.

A prática que tem gerado controvérsia dentro do BCE vai manter-se, assim como o debate dentro da instituição. É que a decisão do Conselho e Governadores não foi unânime, mas apenas apoiada por uma "larga maioria" dos governadores do BCE, afirmou Trichet. É conhecido que o alemão Axel Weber, tido como o sucessor de Trichet ao leme do BCE, é contrário a esta medida.

Com a confirmação de que as ajudas se vão manter "foi ultrapassado um obstáculo importante, mas o mercado vai continuar muito vulnerável", antecipa Michael Leister, um analista do WestLB, ao Negócios, que avisa: "um corte de 'rating' ou alguma declaração política menos sensata" são alguns acontecimentos capazes de "voltar a abanar o barco".

Peter Chatwell, do Credit Agricole, assinala que o “timing” da intervenção do BCE é “perfeito”. “O BCE está a comprar num mercado muito pouco líquido neste final de ano. As compras vão sempre ter mexer no mercado de uma forma acentuada. Fica a faltar saber o que vai fazer o BCE no início no novo ano, quando a liquidez regressar ao mercado”, afirmou à Bloomberg.

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