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José Pedro Gomes: Comédia deve ser credível

florindo

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Após uma prolongada ausência, o eterno "Zezé" das "Conversas da Treta" voltará, no início do ano que se avizinha, às lides televisivas. José Pedro Gomes irá vestir o chefe de um clã, pouco ortodoxo, por sinal, na nova série da estação de Carnaxide intitulada "A Família Mata".


Rita Blanco será sua mulher na trama que conta ainda com os actores Maya Booth, ou André Nunes no elenco. As gravações arrancam em meados de Janeiro e tudo indica que a comédia diária, com cerca de 30 minutos por capítulo, poderá estrear ainda os primórdios de 2011.

Por que linhas se cose a narrativa desta série? É uma comédia, uma espécie de "sitcom". Julgo que vai resultar quase em moldes de novela, uma vez que irá para o ar diariamente, ao longo de três, quatro meses. Serei o "Artur Mata", um patriarca aldrabão, com o objectivo de manter a família unida. É a forma que ele tem de sobreviver e de contornar os problemas.

A crise que vivemos será de algum modo retratada na intriga? Não directamente, na medida em que a série não se prende com a actualidade. Trata-se de um original espanhol, agora adaptado pela SP Televisão para a SIC, e portanto anterior à crise portuguesa e internacional.

Esteve afastado do pequeno ecrã durante muito tempo. O que pesou para aceitar este projecto? O convite endereçado pelo Virgílio Castelo, o facto de ser realizado por Jorge Marecos e, sem dúvida, por contracenar com a Rita Blanco. Respeito muito o trabalho dela, não menosprezando o dos outros colegas.

Já tinha saudades do ritmo televisivo? Não me agrada particularmente o frenesim das gravações. Serão cerca de 80 episódios ao todo. Mas já há uns tempos que andava com vontade de regressar à televisão para um trabalho mais regular e não tão pontual quanto tem sido. E neste caso também não será uma sobrecarga assim tão grande. Pelo que pude perceber, os papéis são muito divididos. Eram boas condições para voltar. Além disso, foi tudo combinado com antecedência, até para coordenar datas com o teatro.

Mas esta trama para o ecrã será conciliável com a sua presença nos palcos? Não. Estarei disponível em Janeiro, porque entretanto também acaba a carreira da peça "Apanhados na Rede" que estou a fazer neste momento. Não gosto, nem nunca gostei de fazer duas coisas ao mesmo tempo. Sobretudo, por não ter uma resistência física que mo permita como se fosse um jovem de 23 anos.

Depois de um grande "boom", o humor tem vindo a perder terreno no panorama televisivo. Como entende este fenómeno? É um bocado circunstancial, talvez por os "Gato Fedorento" não estarem no activo, nem "Os Contemporâneos". Não sei se terá a ver com uma directriz que venha de cima.

Considera que faz falta? Para mim, em particular, não. Não vejo programa algum em horário nobre, que é aquele no qual normalmente este tipo de formatos cabe nas grelhas. Mas às pessoas em geral, sim. Percebo através do teatro que o público adere muito ao humor por ser um escape à vida que não é muito alegre.

"A Família Mata" reúne os ingredientes para poder ter esse papel? Espero que sim. Vi dois episódios, ainda não li a adaptação portuguesa. Mas à partida terá condições para tal. Qual fio de prumo da história para agarrar os espectadores? Conflitos para gerir. Somos uma família muito numerosa que vive debaixo do mesmo tecto. Quando uma filha estava finalmente para sair de casa, tendo amealhado dinheiro para comprar uma casa com o namorado, peço um empréstimo ao rapaz para um negócio meu que acaba por ser mal sucedido. Ora ele vai passar então a ser mais uma boca para comer lá em casa.

O público vai identificar-se com o que irá ver? Toda a comédia requere alguma credibilidade, por forma a que as pessoas se identifiquem e se consigam rir. Mas tratam-se de personagens bastante peculiares.

Portanto, a realidade está sinalizada, mas em jeito de caricatura? Sim, uma caricatura das famílias tradicionais portuguesas e das dificuldades pelas quais a maioria tem de passar. Sente algum nervosismo com este retorno diário à antena? Mais curiosidade, e ansiedade. Por enquanto não estou nervoso.

JN
 
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