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Economia paralela deverá crescer mais

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A designada "economia paralela" deverá crescer no futuro próximo, como resultado da crise e das medidas que "deveriam ser iguais, mas que são excepcionais", segundo João Duque, numa reacção a um estudo que demonstra o aumento da economia não registada.


De acordo com uma tese de mestrado da autoria de Nuno Gonçalves, da Faculdade de Economia do Porto, e segundo a edição de hoje, quinta-feira, do "Jornal de Notícias", o valor da economia paralela estava estabilizado desde 1994, tendo começado a crescer com os primeiros sinais da crise económica e financeira. O salto mais significativo terá ocorrido na passagem de 2008 para 2009, altura em que atingiu 2,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), o que se traduz em cerca de 40 mil milhões de euros.

"Esses dados corroboram o que é expectável na teoria. Não se trata de uma grande novidade, embora seja importante do ponto de vista da gestão pública e da equidade entre os portugueses", declarou o economista João Duque, que deixou um alerta: "Não se admirem quando este fenómeno aumentar".

Na base deste alerta está a existência de "medidas que deveriam ser iguais e universais", mas que contêm regimes de excepção, como é o caso do corte dos salários na função pública - decisão que irá entrar em vigor em Janeiro do próximo ano e que foi apresentado pelo Governo socialista como uma das principais formas de combater a crise económica e financeira que está a atingir Portugal -, que incluiu excepções para alguns sectores.

"Não se admirem com os resultados", avisou o economista, defendendo que o aumento da economia paralela resulta "destas campanhas de dessensibilização" das autoridades, fazendo crer junto das pessoas que "não existe equidade" e que "há uns que são diferentes dos outros".

"Perante estas excepções, as pessoas sentem-se justificadas para fazer estes negócios paralelos", acrescentou, dizendo que a fraca penalização destas situações contribui igualmente para o aumento do fenómeno.

Em declarações à Lusa, o economista João Duque advertiu ainda para os gastos públicos, que justificam também a existência dos números crescentes da economia paralela.

"As pessoas não fazem a menor ideia do dinheiro mal gasto. Não se apercebem da dimensão financeira do aumento de uma frota, por exemplo, mas reparam quando um governante circula com um carro com uma matrícula recente. E, como é óbvio, tudo isto tem uma componente psicológica, que leva as pessoas a pensar que economia paralela é justificável", disse.

O estudo de Nuno Gonçalves, que será hoje publicamente apresentado, precisamente no dia em que se assinala o Dia Internacional de Luta Contra a Corrupção, deu ainda origem ao "Índice de Economia Não Registada".

A tese de mestrado revela ainda que os valores de 2009, 24,2 por cento do PIB, estão muito afastados dos 9,3 por cento registados em 1970.

A economia paralela ou não registada designa o conjunto de transacções económicas que não são consideradas no apuramento do PIB, pois não são declaradas fiscalmente.

JN
 
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