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"Estou vivo por milagre"

florindo

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João dos Santos nem gosta de recordar aquele 27 de Maio de 2000. O dia em que não morreu "por milagre". O dia em que um tractor de lagartas lhe esmagou o peito e o abdómen. Está cá para contar a história, é certo, mas com marcas para toda a vida e muito medo deste tipo de máquinas.

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João dos Santos está cá para contar as história, mas com marcas para toda a vida

Agricultor de 71 anos, residente em Seixo de Manhoses, Vila Flor, tinha ido lavrar uma propriedade no Arco, uma povoação próxima. "O terreno era inclinado, abusei do tractor e pouco depois estava debaixo dele", recorda, com tristeza no olhar: "Rebentou-me o tórax e se hoje sofro dos intestinos devo-o a esse acidente".
Quatro trabalhadores que andavam com ele aperceberam-se do acidente e logo trataram de o retirar debaixo do tractor.

Transportaram-no ao Centro de Saúde de Vila Flor, de onde seguiu para o Hospital de Mirandela e deste para um do Porto. "Estive sempre consciente, mas a pensar que ia desta para melhor", sorri, apesar de tudo, na garagem da casa, onde guarda o tractor de rodas vermelho que substituiu o de lagartas que quase o matou.

Passou mais de um mês internado no hospital e mais um ano sem poder fazer grande coisa. Agora já trabalha. Ainda ontem foi apanhar azeitona. E usa o tractor para algumas tarefas agrícolas. "Mas ainda tenho muito medo. Nem o obrigo a ir onde o outro ia. Nunca mais! Sofri muito e com a idade estou cada vez pior".

A quem utiliza estas máquinas, João aconselha: "Não abusem delas". Não podia estar mais de acordo o vizinho Américo Meireles, 69 anos, que já sofreu dois acidentes de tractor. No primeiro, há 25 anos, a máquina partiu-lhe uma perna. O segundo ocorreu em 2003: "Eu bem vi que o tractor não passava, mas para não perder mais tempo coloquei-o em cima de uma pedra, que rodou. A máquina foi por ali abaixo. Deu 18 tombos. Felizmente, consegui saltar a tempo". E em jeito de brincadeira: "Um tractor é um animal que não conhece o dono".

JN
 
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