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Conflito mantém lota nova de Vila do Conde fechada e peixe na rua

florindo

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A nova lota de Vila do Conde está pronta há um ano, mas continua fechada, sem uso. É que o Instituto Portuário exige que a venda de peixe seja em leilão a um único comprador, ideia que os pescadores rejeitam. A venda de peixe continua, assim, a ser feita na rua.


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Lota foi construída há um ano

"Quando o edifício foi feito, foi para vendermos ao público", assegura Ana Maria Moita, uma das 16 vendedoras de peixe da lota de Vila do Conde. No coração daquela que é considerada a maior comunidade piscatória do país repetem-se as histórias: são as mulheres dos mestres de pequenos barcos de pesca artesanal quem ali, todos os dias de manhã, vendem "o peixe que a maré traz".

"Não tem jeito nenhum: um edifício tão moderno fechado e nós aqui, ao frio e à chuva, com o peixe na rua. Quem vive aqui também não quer ter a venda à porta e com razão. Mas nós somos muitas e não cabemos dentro de dois contentores [que a Câmara disponibilizou para remediar a situação, até à construção da nova lota]. Só nos resta vender na rua", sublinha Fátima Moreira, peixeira há nove anos.

"Aquele edifício foi construído pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) para que a venda de peixe passasse a ser feita num local adequado. Foi entregue ao serviço de lotas e vendagem. Acontece que o serviço de lotas e vendagem tem uma orientação muito rígida em que só pode haver um vendedor ou, então, tem que haver uma associação de todos os pescadores. Isso não é facilmente praticável", explicou, ao JN, o presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida, que tem vindo a mediar o conflito entre as partes.

Actualmente, cada pescador, explica Trocato Marques, mestre do barco com o mesmo nome e marido de Fátima Moreira, vende o peixe à sua mulher, que depois o comercializa na lota de Vila do Conde. "Eles querem que haja leilão de todo o pescado, vendido a um único comprador. Não pode ser. Aqui só descarregam barquinhos pequenos de pesca artesanal. Queremos que continue a ser venda directa. Só queríamos um abrigo para não estarmos aqui à chuva, sem condições", rematou.

"Nas lotas tem que sempre haver duas vendas: uma feita pelo pescador à entidade portuária e, depois, a entidade portuária vende-a a um só comerciante ou a vários comerciantes, desde que constituídos em associação. Nós temos vindo a defender que, cada um deles, possa fazer a sua venda. Inclusive a Câmara já admitiu que possa ser a própria autarquia a adquirir o peixe ao pescador e, depois, a vendê-lo ao mesmo preço às mulheres", continuou a explicar Mário Almeida, acrescentando que é "fundamental" que o edifício "seja colocado à disposição do público rapidamente".

O JN procurou ouvir a versão do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos. Não conseguiu.

JN
 
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