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Mar roubou 30 metros de areal desde Setembro

florindo

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O Inverno ainda nem começou, mas o mar já irrompeu costa dentro e roubou cerca de 30 metros na praia de Moledo, em Caminha, e engoliu, inclusive, alguma vegetação do pinhal do Camarido. Autarquia e associação ambientalista não escondem preocupação.


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Mar já alcançou vegetação do pinhal do Camarido

O mar avançou uma extensão de cerca de meio quilómetro sobre o cordão dunar exterior do pinhal do Camarido, em Moledo, Caminha, retirando-lhe toneladas de areia e extenso coberto arbóreo na zona da "meia volta". Como resultado dos fortes e invulgares temporais deste final de Outono , o recorte da costa entre Moledo e Cristelo recuou em cerca de 30 metros, garantiu Joaquim Seixo, presidente da Junta de Freguesia da estância balnear moledense.

Inúmeras árvores foram arrancadas das dunas, a par de vegetação rasteira existente a poente do pinhal do Camarido, mandado plantar por D. Dinis precisamente com o intuito de proteger as férteis veigas das duas povoações das investidas do oceano.

O autarca moledense considera uma situação "cíclica" a movimentação de areias no final de cada Verão, mas, este ano, temeu "que as ondas atingissem o antigo campo de futebol de Cristelo, onde se jogava à bola há anos".

O mar entrou por alguns dos aceiros de acesso à praia, sendo visíveis as marcas deixadas nas plantas que os ladeiam.

A preocupação é assumida igualmente pela Corema, tendo referido José Gualdino, presidente da associação ambientalista, que o local onde foi instalado um dos bares no passado Verão (o segundo, de norte para sul), "em cima da duna", apresenta sinais evidentes de erosão.

O ambientalista lamenta as opções tomadas no âmbito do Plano de Ordenamento da Orla Costeira, ao permitirem a localização de apoios de praia em zonas sensíveis e frágeis.

Fenómeno natural ou resultado de outros factores a que não será estranha a influência humana, o caso é encarado com relativa tranquilidade por um pescador desportivo moledense, apesar de comungar da opinião de que "o mar comeu um bocado".

Horácio Silva, arquitecto de profissão, mas com uma enorme paixão pela pesca, refere a existência de toneladas de areia "por fora, no Fornelo", e onde o mar rebenta, no "vapor", sensivelmente em frente das dunas fustigadas pela ondulação, situação que se estende até à parte sul da praia.

Ali, onde começa a zona rochosa, no final do paredão, a areia tem vindo a cobri-la, e, admitiu, "qualquer dia não há penedos".

Reconheceu, tal como o autarca moledense, que os temporais de Outubro e Novembro contribuíram para essas movimentações de areia, mas logo que se verifique alguma acalmia, a areia voltará a ser depositada na praia.

Resta saber quando tal ocorrerá, atendendo a que o Inverno ainda nem sequer chegou. Existem programas de protecção e recuperação da orla costeira, alguns deles no âmbito do Polis Litoral Norte, podendo ser aplicadas verbas naquele ponto da costa.

O JN tentou obter um esclarecimento da parte da Administração Regional Hidrográfica do Norte acerca da existência de qualquer programa de defesa e fixação do cordão dunar do Camarido mas, não obteve resposta.

JN
 
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