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Dezenas matam fome em Aveiro com prato de comida quente

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A Ceia com Calor, iniciativa das Florinhas do Vouga, uma instituição particular de solidariedade social de Aveiro assinalou o terceiro aniversário com um jantar. Dá comida aos sem abrigo e aos mais necessitados do municipio aveirense.


Felismina Oliveira tem 42 anos. Mora num quarto alugado, não tem trabalho e desde há três meses que recorre ao apoio da Florinhas do Vouga, instituição de solidariedade social. Diz que o faz porque não tem "meios de sobrevivência", uma vez que "não há dinheiro para comprar alimentos". A comida que recebe na cozinha social é a única refeição quente do dia. Á noite, muitas vezes, recorre à Ceia com Calor, uma iniciativa da instituição que, todas as noites, leva comida aos mais necessitados da cidade de Aveiro.

"Se não fossem eles, não tinha o que comer. É verdade o que digo e a prova disso é que nos dias em que chove muito e não posso sair do quarto, nem sequer como", conta Felismina, durante o jantar de comemoração dos três anos da Ceia com Calor. Técnicos, voluntários e utentes da Florinhas do Vouga juntaram-se para assinalar "uma data muito importante", dizem os que todos os dias recorrem a esta ajuda.

Actualmente, a Ceia com Calor ajuda, em média, 20 a 25 pessoas por noite e muitos são utentes da cozinha social, onde são servidas mais de uma centena de refeições por dia. "Vêm em busca de comida, mas também do calor humano que temos para lhes dar", diz o padre João Gonçalves, responsável da Florinhas do Vouga. "Nem só o leite quente aquece, a amizade que temos por estas pessoas também ajuda", acrescenta, dizendo que "somos todos amigos e tratamo-nos pelo nome".

Durante o jantar de confraternização, João Gonçalves confidenciou que "ainda esta semana" encontrou "duas pessoas que já tinham deixado de precisar da nossa ajuda". É com tristeza que recorda esta situação, mas reconhece que "são cada vez mais as pessoas que nos vêm pedir ajuda. Vêm atiradas pelo desemprego, pelas dificuldades financeiras, mas também pela falta de apoio familiar".

É o caso de Claudia Raquel que ficou desempregada recentemente. Trabalhava na área da restauração, mas a crise levou-lhe o trabalho e agora tanto ela como a família têm de recorrer à ajuda da Florinhas do Vouga. "Custa-me muito ter de recorrrer a este tipo de ajuda, mas é uma questão de necessidade, pois não temos o que comer", afirma a jovem de 29 anos.

José Luís Correia há vários anos que é utente da Florinhas do Vouga. Toma as refeições na cozinha social e também aceita a ajuda da Ceia com Calor, mas hoje em dia diz que "também estou a dar alguma coisa de mim para estas pessoas". "Estou a ser ajudado e a ajudar, pois estou a fazer um painél em arraiolos para depois ser vendido. O dinheiro é para a instituição", conta com um certo orgulho.

JN
 
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