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Acidentes de mergulho deixam jovens tetraplégicos

florindo

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Os números de acidentes de mergulho em Portugal não são muito expressivos. Porém, as consequências são devastadoras. As vítimas, maioritamente jovens, ficam tetraplégicas e confinadas a uma cadeira de rodas para o resto da vida.


Não existem estatísticas sobre esta problemática. O JN apurou, junto dos centros de Medicina de Reabilitação do Centro, Alcoitão e Sul que, nos últimos dois anos, cerca de 20 pessoas foram internadas com lesões medulares provocadas por acidentes dentro de água.

"Habitualmente, os acidentes de mergulhos fracturam a coluna cervical, entre as 5.ª e 6.ª vértebras cervicais e resultam em lesão completa. Isto significa que deixa de haver condução do impulso nervoso entre o cérebro, que é o centro de comando, e as estruturas abaixo da lesão medular, como os quatro membros, a bexiga e o intestino", explica Paulo Margalho, fisiatra e director do Serviço de Lesões Medulares do Centro de Medicina de Reabilitação do Centro (Hospital Rovisco Pais). Como consequência, o acidentado fica paralisado do pescoço para baixo.

Em Portugal, à semelhança da casuística descrita a nível internacional, os envolvidos neste tipo de acidentes são quase sempre jovens do sexo masculino com idades entre os 15 e os 30 anos. Esta é a população mais propensa a comportamentos de risco, como atirar-se, de cabeça, para a água sem saber qual a profundidade.

Justifica-se, portanto, na opinião daquele responsável, uma campanha de sensibilização tendo como população-alvo aquela faixa etária. Em Cantanhede, concelho onde está implantado o Hospital Rovisco Pais, estão programadas acções de informação em escolas básicas dos 2.º e 3.º ciclos com o tema: "Mergulhar: o perigo pode estar para além do visível".

O objectivo, segundo a assistente social Idalina Melo, é não só alertar os adolescentes para os perigos de mergulhar em locais desconhecidos ou de pouca profundidade mas, também, para a necessidade de valorizar a pessoa com deficiência.

Um dos aspectos mais dramáticos deste tipo de acidentes é a irreversibilidade das lesões. Por todo o Mundo, estão em curso muitos projectos de investigação clínica, alguns muito promissores, como os que envolvem transplante de células pluripotentes, mas, "à luz dos conhecimentos actuais, não há reparação possível", sublinha Paulo Margalho.

Tal não significa que não há nada a fazer. Bem pelo contrário. O processo de reabilitação, que pode passar pela aprendizagem de uma profissão, é fundamental para uma adaptação adequada às novas condições de vida.


JN
 
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