Três estrangeiros mortos com tiros de caçadeira no Alentejo

florindo · Dez 18, 2010

Três indivíduos do Leste europeu, alegadamente búlgaros, foram encontrados mortos, ao fim da manhã de hoje, sábado, por um agricultor, numa estrada do monte de Vale de Água, freguesia de Rio Moinhos, em Aljustrel.

Ambulâncias no local do crime para a recolha dos corpos

Os indivíduos, com idades entre os 30 e 40 anos, terão sido executados. Foram mortos com tiros de caçadeira que lhes desfiguraram o rosto. O alerta foi dado por um agricultor da zona que passou pela estrada e viu os cadáveres junto a uma viatura.

Tudo aponta para que o triplo homicídio dos búlgaros tenha resultado de um "ajuste de contas", uma vez que aqueles indivíduos e a carrinha, nunca tinham sido vistos por aquelas redondezas.

Dois deles estavam junto à viatura e outro foi encontrado mais adiante, junto a umas ruínas. O que leva as autoridades a admitir que terá tentado fugir de quem cometeu o triplo homicídio.

A GNR de Aljustrel foi chamada ao local e participou o caso à Polícia Judiciária, que enviou investigadores da sua Directoria do Sul e elementos da sua Polícia Científica, de Lisboa.

A Policia Judiciária (PJ) de Faro está a liderar a investigação. Até ao momento ainda não fez qualquer detenção.

O crime causou algum alarme na população local, que nunca tinha visto nada assim.

Os mortos, alegadamente dois homens e uma mulher, não são de Aljustrel nem trabalham na zona, segundo informação obtida pelo JN junto de fonte policial.

Os cadáveres foram levados pelos bombeiros de Aljustrel para o Hospital de Beja. As suas autópsias só deverão realizar-se na próxima segunda-feira.

Jornal de Notícias

florindo · Dez 20, 2010

Emboscada para negócio de sucata feita por telemóvel

Os três búlgaros assassinados a tiro de caçadeira num monte de Aljustrel iam fazer um negócio de sucata. Levavam 12 mil euros na viatura e os assassinos roubaram-lhes 10 mil. A PJ segue pista do telemóvel de quem os contratou e matou, considerados muito perigosos.

A pista dos telemóveis está a ser seguida pelos homicídios da Polícia Judiciária de Faro, que têm o encargo da investigação, depois de as primeiras conclusões terem afastado a possibilidade de um ajuste de contas ou de uma acção das máfias de leste.

Por detrás do triplo homicídio esteve um negócio de sucata que não passava de uma ficção - presumivelmente associada às sucatas das minas de Aljustrel -, para atrair os três búlgaros que deveriam pagar dez mil euros pelo material e acabaram por ser assassinados. Isso mesmo já terá sido confirmado à PJ pelo proprietário da empresa Resisperfil, de Palmela, que emprestou a viatura para que os búlgaros transportassem a sucata, uma vez que a iriam vender àquela firma.

Agressores e vítimas já teriam tido contactos anteriores e foi nesse sentido que os três búlgaros seguiram para o local na quarta-feira, às 15 horas, segundo um amigo das vítimas adiantou ao JN, mas pedindo o anonimato, uma vez que também anda no negócio das sucatas. "Nós chegámos a falar com eles e avisámo-los de que podia ser perigoso. Era muito dinheiro. Mas eles já tinham tudo combinado por telemóvel".

Hiacen, Vassil e Sasca - estes dois últimos marido e mulher -, de 39 e 50 anos, respectivamente, saíram da Quinta do Conde (Sesimbra), onde residiam, na quarta-feira, com uma carrinha Toyota de caixa aberta, que deixaram junto à Resisperfil, para levar a da empresa. "Vamos buscar uma carrada boa ao Alentejo", justificaram a amigos a opção.

Os dias foram passando e a falta de notícias dos amigos deixou Vladimir preocupado. "Eu estava com eles com eles todos os dias", adiantou ao JN. Na sexta-feira, Vladimir foi apresentar queixa à GNR e foi na sequência desta diligência que veio a ser chamado, anteontem de manhã, uma vez que tinham sido encontrados os corpos dos três amigos - dois deles, marido e mulher, estavam abraçados, num último gesto de uma inútil protecção.

Augusto, o proprietário da Resisperfil, também lá se encontrava e foi graças ao veículo que tinha emprestado aos três búlgaros com quem ia negociar que veio a ser esclarecido o percurso e a data próxima do homicídio. A Via Verde dava conta de que o veículo tinha passado a portagem de Aljustrel às 17.30 horas de quarta-feira.

Dentro do veículo, foram encontrados mais dois mil euros.

Jornal de Notícias

florindo · Dez 22, 2010

Embaixada acompanha investigação a triplo homicídio

As autópsias aos três cidadãos búlgaros assassinados no fim de semana, nos arredores de Aljustrel, confirmaram o que já se sabia: todos foram abatidos a tiro. Exames complementares, ainda a ser efectuados, com carácter prioritário, revelarão outros pormenores, como a hora aproximada da morte.

Ontem mesmo, soube-se que responsáveis da embaixada da Bulgária em Portugal já terão manifestado interesse junto do Ministério Público de Beja sobre o andamento das investigações.

Até à hora do fecho desta edição, não havia conhecimento de quaisquer detenções efectuadas neste caso, embora as investigações tenham passado para uma nova fase, centradas sobretudo na análise do tráfego telefónico dos telemóveis das vítimas e na identificação de suspeitos ligados ao furto e venda de cobre na região.

As vítimas, dois homens e uma mulher, terão sido mortas no passado sábado, num monte, em Rio de Moinhos, Aljustrel, onde foram para fazer um negócio, aparentemente ilegal, de compra de cobre, combinado previamente por telemóvel, segundo um amigo disse ao JN. Levavam 12 mil euros. Dez mil não estavam com eles quando os corpos foram encontrados, mas dois mil ficaram no local, o que causou estranheza às autoridades.

Os três cidadãos búlgaros, residentes em Sesimbra, viajaram numa carrinha pertencente a um a firma de sucata de Palmela, cujo proprietário já foi interrogado pela Polícia Judiciária. O dono recusou-se a comentar o caso ao JN.

Jornal de Notícias

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