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Pais em casa com com cinco crianças
Marido e mulher estão desempregados. Ela há quase quatro anos; e ele há oito meses. A família, muito jovem, vive, apenas, do subsídio de desemprego e do Rendimento Social de Inserção.
Uma "ninharia" para pagar uma renda de 200 euros e criar cinco filhos menores. Emigrar, emigrar, emigrar... é a palavra mais tentadora na boca do casal.
É impossível ficar-se indiferente quando se entra na casa de José Fernando Soares e de Patrícia Sofia Rodrigues, na freguesia de Nevogilde, Lousada. Ele tem 30 anos, ela 26. Em redor do casal, aconchegam-se cinco filhos: Bruno (8 anos), Soraia (5), Leonor (3), Lara (2) e Sara (9 meses). Ali sente-se asseio, serenidade e ternura.
Não fosse o desemprego e o desespero de arranjar dinheiro para sustentar as crianças e para outros compromissos, como a renda de casa, o casal já teria desistido da ideia de emigrar. "Não se arranja emprego. Teremos de emigrar para Espanha. Só ainda não saímos daqui por causa dos filhos pequeninos", conta José Fernando, motorista. Avisado que no país vizinho a situação económica também não é estável, o motorista apoia-se na família que já está em Espanha para mudar a vida.
"É claro que se arranjasse emprego aqui seria melhor. Até já me inscrevi no Centro de Emprego de Penafiel como trolha, mesmo não percebendo nada da arte", revela.
Patrícia trabalhava num café, mas "as condições não eram as melhores", além de ter engravidado. "Tive de vir tomar conta dos meus filhos, porque ninguém me dá emprego quando sabe que tenho cinco crianças".
O menino mais velho já está na escola e a menina a seguir frequenta um infantário. "O nosso problema é que as amas levam muito dinheiro e em casa, ao menos, estou com eles", explica.
Apesar de atravessar um mau momento, a família Soares mostra-se optimista quanto ao próximo ano. "Tem de ser melhor do que este, porque neste andar ninguém resiste", afirma Patrícia.
"O nosso Natal será um Natal de pobre, mas a vida terá de melhorar", confia José Fernando. A família Soares vai consoar em casa da mãe de Patrícia e o Pai Natal haverá de aparecer às cinco crianças, por mais modestas que sejam as prendas. "A nossa alegria está nestas crianças", desabafa a mãe.
Jornal de Notícias
Marido e mulher estão desempregados. Ela há quase quatro anos; e ele há oito meses. A família, muito jovem, vive, apenas, do subsídio de desemprego e do Rendimento Social de Inserção.
Uma "ninharia" para pagar uma renda de 200 euros e criar cinco filhos menores. Emigrar, emigrar, emigrar... é a palavra mais tentadora na boca do casal.
É impossível ficar-se indiferente quando se entra na casa de José Fernando Soares e de Patrícia Sofia Rodrigues, na freguesia de Nevogilde, Lousada. Ele tem 30 anos, ela 26. Em redor do casal, aconchegam-se cinco filhos: Bruno (8 anos), Soraia (5), Leonor (3), Lara (2) e Sara (9 meses). Ali sente-se asseio, serenidade e ternura.
Não fosse o desemprego e o desespero de arranjar dinheiro para sustentar as crianças e para outros compromissos, como a renda de casa, o casal já teria desistido da ideia de emigrar. "Não se arranja emprego. Teremos de emigrar para Espanha. Só ainda não saímos daqui por causa dos filhos pequeninos", conta José Fernando, motorista. Avisado que no país vizinho a situação económica também não é estável, o motorista apoia-se na família que já está em Espanha para mudar a vida.
"É claro que se arranjasse emprego aqui seria melhor. Até já me inscrevi no Centro de Emprego de Penafiel como trolha, mesmo não percebendo nada da arte", revela.
Patrícia trabalhava num café, mas "as condições não eram as melhores", além de ter engravidado. "Tive de vir tomar conta dos meus filhos, porque ninguém me dá emprego quando sabe que tenho cinco crianças".
O menino mais velho já está na escola e a menina a seguir frequenta um infantário. "O nosso problema é que as amas levam muito dinheiro e em casa, ao menos, estou com eles", explica.
Apesar de atravessar um mau momento, a família Soares mostra-se optimista quanto ao próximo ano. "Tem de ser melhor do que este, porque neste andar ninguém resiste", afirma Patrícia.
"O nosso Natal será um Natal de pobre, mas a vida terá de melhorar", confia José Fernando. A família Soares vai consoar em casa da mãe de Patrícia e o Pai Natal haverá de aparecer às cinco crianças, por mais modestas que sejam as prendas. "A nossa alegria está nestas crianças", desabafa a mãe.
Jornal de Notícias