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Combustíveis em máximos mas petróleo longe do recorde

florindo

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O preço do petróleo está longe do pico de 2008, quando passou os 147 dólares, mas o valor dos combustíveis não apresenta uma diferença tão grande. As explicações passam pelas diferenças cambiais, pelo valor dos produtos refinados e ainda pelos impostos.


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Fila de condutores num posto de combustível com preços mais baixos

Olhando simplesmente para o valor do barril de petróleo em Julho de 2008, quando atingiu o pico histórico (na semana de 7 de Julho a média foi de 141,9 dólares, com o máximo de 147,50 dólares) e comparando com os valores médios da semana passada (92,93 dólares) era admissível pensar-se numa real redução do preço dos combustíveis, o que não acontece. Na altura, a gasolina estava em valores médios na terceira semana de Julho de 2008 a 1,525 euros por litro e na semana passada o valor médio foi de 1,453 (ontem estava a 1,519 euros).

No entanto, as contas não são assim tão simples, como explicaram ao JN o secretário-geral da Associação Portuguesa da Empresas Petrolíferas (Apetro), António Comprido, e o especialista em energia Sampaio Nunes.

O primeiro ponto que referem para a diferença é a taxa cambial, "que em 2008 era mais favorável ao euro, que agora e vai ser dramática no que diz respeito à factura energética ", diz Sampaio Nunes.

António Comprido apresenta as contas: "Em 2008, o barril atingiu 89,92 euros, na semana passada, face à taxa cambial actual o valor foi de 71 euros, logo um diferencial de 21%".

O secretário-geral da Apetro aponta ainda outro factor: os preços dos produtos refinados, que servem de referência aos preços de venda ao público. "Com estes valores, o diferencial é ainda menor. A gasolina ficou mais barata 15% e o gasóleo 26%, ou seja, a gasolina está mais próxima do pico de 2008, e o gasóleo está mais baixo por barril".

António Comprido acrescenta outro factor: os impostos. Nas suas contas, "antes de impostos, a gasolina está mais barata cinco cêntimos e o gasóleo 15 cêntimos", isto é, "uma boa parte do preço ao consumidor são impostos que praticamente não variam, excepto o IVA que era a 20% e passou para 21%" (e a partir de amanhã, 23%).

Sampaio Nunes acrescenta outro ponto, "a apropriação da margem por parte dos refinadores", frisando que "a Galp necessita de se capitalizar para responder aos elevados investimentos que está a fazer, por isso, espreme ao máximo os preços e como funciona em monopólio pode fazê-lo".

Quanto ao futuro concordam que a tendência será de aumento de preço, dada uma maior procura, em particular pelos países emergentes, sendo que a produção de petróleo será cada vez mais cara, uma vez que os campos petrolíferos são cada vez mais caros. "A tendência será a subida de preços da energia".

E quanto aos valores praticados nas grandes superfícies, explicam que resultam também de uma postura comercial. Sampaio Nunes lembra que as marcas brancas "já desviaram 30% do consumo". António Comprido salienta o investimento inicial e o custo de operação, que são mais baixos.

Jornal de Notícias
 
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