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Uma explosão, esta madrugada, numa igreja copta de Alexandria, no Egipto, matou 21 pessoas e feriu perto de meia centena. As autoridades acreditam que se tratou de um atentado suicida e, pouco depois do incidente, registaram-se confrontos entre cristãos e muçulmanos naquela cidade.
Polícias reuniram-se junto da igreja copta
As primeiras informações indicavam que a explosão teria sido causada por um carro armadilhado, mas já esta manhã o Ministério do Interior egípcio corrigiu a informação. Segundo um porta-voz, não há sinais de que a detonação tenha tido origem em nenhum dos carros que foi destruído e “é provável que o engenho que causou a explosão tenha sido transportado por um bombista que morreu no meio da multidão.
Segundo a BBC, o incidente ocorreu pouco depois da meia-noite, quando os fiéis saiam da celebração de Ano Novo na Igreja de Alal-Qidiseen, que ficou danificada na explosão.
Na confusão que se seguiu, grupos de cristãos entraram em confronto com a polícia e com muçulmanos que residiam junto ao local e há informações de que uma mesquita foi atacada. A agência AP refere que manifestantes invadiram a mesquita atiraram livros e objectos de culto para a rua. A situação acabaria por acalmar com a chegada de reforços da polícia ao local, mas um correspondente da BBC dá conta de uma situação “muito tensa” na zona.
O Presidente egípcio Hosni Mubarak condenou de imediato o ataque e pediu a cristãos e muçulmanos que não se virem uns contra os outros, sublinhando que as duas comunidades “devem estar unidas no combate ao terrorismo”. Teme-se, no entanto, que o incidente agrave a tensão acumulada nos últimos meses entre as duas comunidades.
Os cristãos coptas representam dez por cento da população e há muito que se dizem discriminados e perseguidos pela maioria muçulmana. Ainda em Novembro, a polícia matou a tiro um manifestante durante protestos contra a suspensão de uma Igreja no país
Ainda ninguém reivindicou o ataque, o mais sangrento no país desde uma série de ataques contra estâncias turísticas junto ao mar Vermelho, em 2004 e 2006. Esta manhã, porém, o Ministério do Interior dizia suspeitar do envolvimento de “elementos estrangeiros” no ataque, termo habitualmente usado para identificar grupos próximos da Al-Qaeda, suspeitos também de envolvimento nos ataques, nas últimas semanas, contra igrejas da minoria cristã no Iraque.
Público