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O advogado do arguido Armando Vara considerou hoje que o processo Face Oculta é "exclusivamente político" e revelou que o ex-ministro vai prestar declarações e estará presente no debate instrutório marcado para 21 de Fevereiro.
Godinho Matos falava à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, onde hoje começou a fase de instrução do processo Face Oculta que vai decidir quem vai a tribunal e quais os crimes de que são acusados.
"A minha opinião é a de que este processo é exclusivamente político. Partiu de um processo que tem realidades criminais por baixo e transformou-se num processo exclusivamente político", declarou aos jornalistas.
Questionado sobre as escutas ao primeiro-ministro, entretanto mandadas destruir pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, mas cuja ordem não foi acatada na íntegra, o advogado disse que o assunto tinha "uma gravidade sem limite, porque significa a desautorização do poder do presidente do supremo".
"É um dos problemas mais graves da história da vivência dos tribunais", sustentou Godinho Matos.
O advogado disse não compreender "como é possível recorrer da decisão do presidente" do Supremo: "Mas alguém irá elucidar essa questão, depois de muitos meses de charivari".
Para Godinho de Matos, o problema começou com a existência das escutas.
"O senhor juiz de instrução recebe o processo com o problema criado e a ferver. Do meu ponto de vista, a única decisão correta era a eliminação imediata das mesmas. Penso que tudo o que tenha acontecido em relação a estas escutas contribui para a total ausência de credibilidade do que está a suceder", defendeu.
Sobre a fase instrutória que hoje começa, o advogado considerou-a "muito importante" para que Armando Vara "demonstre que não cometeu o crime de tráfico de influências".
Dez arguidos, das 34 pessoas e duas empresas acusadas, pediram a instrução do processo Face Oculta, que passou de Aveiro para o Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, devendo terminar a 21 de Fevereiro, altura em que se saberá quem vai a julgamento.
O prazo máximo da prisão preventiva do único arguido preso, Manuel Godinho, termina a 28 de Fevereiro e até lá o juiz Carlos Alexandre tem de decidir quem leva a julgamento.
O processo Face Oculta investigou alegados casos de corrupção e outros crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel Godinho.
Jornal de Notícias