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As autoridades paquistanesas estão em estado de alerta máximo com a realização, hoje, do funeral do poderoso e controverso governador de Punjab, Salman Taseer, assassinado a tiro na véspera por um dos seus guarda-costas em Islamabad.
Milhares de pessoas congregavam-se esta manhã em Lahore, onde se realizará a cerimónia fúnebre do político, membro do partido no poder – o Partido Popular do Paquistão (PPP), que defendia a revogação da lei anti-blasfémia no país.
As suas posições liberais e por vezes críticas ao Islão valeram-lhe enorme animosidade nas alas mais conservadoras, até mesmo dentro do seu partido. Segundo a polícia terá sido esse mesmo o motivo do assassinato de Taseer, que se deu próximo da casa do governador na capital paquistanesa, em Islamabad.
O suspeito homicida, identificado como Malik Mumtaz Hussein Qadri – que foi detido prontamente após o ataque – confessou o crime e afirmou que o fizera porque Taseer apelara recentemente ao perdão de uma mulher cristã condenada à morte por blasfémia.
A morte do governador foi descrita pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, como uma “grande perda”, de alguém que “promovia a tolerância”. E o primeiro-ministro paquistanês declarou três dias luto nacional pela morte do governador de Punjab, uma das mais importantes e estratégicas províncias do Paquistão.
Mas o sentimento não é consensual e hoje mesmo um grupo de líderes religiosos – cerca de 500 membros dos moderados sunitas Barelvi – instaram a um boicote ao funeral de Taseer e avisaram que quem expressar tristeza pelo assassinato arrisca-se a sofrer o mesmo destino. “Nenhum muçulmano deve ir ao funeral ou tentar rezar por Salman Taseer, nem mesmo expressar qualquer pena ou simpatia pelo incidente”, era afirmado em comunicado.
Público